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São Paulo elimina Palmeiras nos pênaltis e volta à final do Paulista após 16 anos

O São Paulo está na final do Campeonato Paulista depois de 16 anos. Após empate por 0 a 0 na semifinal com o Palmeiras no tempo normal, a equipe venceu nos pênaltis por 5 a 4 neste domingo, no Allianz Parque. No jogo de ida, os dois times já haviam empatado também sem gols. Agora, o São Paulo tem a chance de buscar o título que não vem desde 2005, quando a disputa da competição ocorreu no sistema de pontos corridos. O adversário na final será definido nesta segunda-feira na semifinal entre Santos e Corinthians, no Pacaembu. No primeiro jogo, vitória corintiana por 2 a 1.

Na decisão por pênaltis, o principal personagem foi o goleiro Tiago Volpi. Ele defendeu o chute de Ricardo Goulart, mas falhou na sua própria cobrança, que daria a vaga o São Paulo, ainda na sequência inicial de cinco batidas. Na segunda série de batidas, ele conseguiu nova defesa, desta vez de Zé Rafael, e garantiu a vaga na final.

O jogo do Allianz Parque teve dois gols anulados por interferência do árbitro assistente de vídeo (VAR), um para cada lado. As duas decisões foram corretas, apontando impedimento dos ataques, mas a demora foi excessiva até a decisão final.

A partida deste domingo marcou a estreia de Cuca exatamente diante do clube – e no estádio – onde foi campeão brasileiro em 2016. Aos 55 anos, o treinador do Morumbi voltou aos gramados após ter sido submetido a uma cirurgia cardíaca no fim do ano passado. Com o empate no tempo normal, o São Paulo encerra um tabu na casa do rival. Nos sete jogos anteriores, o time do Morumbi somava sete derrotas.

No primeiro tempo, a partida foi morna, com poucos momentos dignos de uma semifinal, e bastante equilibrada. No segundo, a disputa ficou mais intensa, mas com poucas chances reais. As principais foram de Antony, que finalizou mal quando foi lançado frente a frente com Prass. O Palmeiras acertou uma bola na trave com Scarpa.

Cuca havia previsto que o Palmeiras começaria o jogo com uma blitz, tentando abrir o placar no começo do jogo. Ele estava certo. Jogando principalmente pelo lado direito, o time chegava com perigo ao gol de Tiago Volpi. Aos 12 minutos, Luan salvou finalização perigosa de Ricardo Goulart, dentro da área. Esse foi o lance mais agudo do domínio palmeirense. Na defesa, Felipão surpreendeu ao escalar Fernando Prass no gol e promoveu a volta de Luan no miolo da zaga.

Sem Pablo, que não se recuperou de dores na panturrilha, Cuca apostou em um ataque composto por Éverton, Everton Felipe e Antony. Com isso, o time iniciou a partida sem uma referência na área. Nenhum dos três reúne características de centroavante. Essa configuração tática mostrava clara opção pelo contra-ataque. O time visitante conseguiu tocar a bola no campo do rival, mas faltava objetividade. O time do Morumbi era comandado por Cuca, que sempre ouvia o coordenador técnico Vagner Mancini – os dois dividiram as principais decisões.

O jogo foi movimentado, cheio de dinamismo no meio, pouca morosidade, mas faltou finalização dos dois lados. Faltaram chutes de fora da área. O São Paulo conseguiu bloquear as principais jogadas do Palmeiras, principalmente na bola aérea. O time da casa marcava bem o meio campo rápido do rival. Jogo equilibrado e travado no meio. Faltou a jogada individual de Dudu e Antony, duas promessas de drible e criatividade que estiveram apagadas no primeiro tempo. Foi um jogo de xadrez tático, disputa ferranha entre Cuca, Mancini e Felipão, mas faltou a emoção do futebol.

A melhor chance do primeiro tempo foi desperdiçada por Antony aos 43 da etapa inicial. Ele foi lançado por Everton, saiu na cara de Fernando Prass, mas finalizou fraco – o goleiro teve méritos ao fechar bem o ângulo. A primeira chance clara de gol do São Paulo saiu na primeira jogada após Everton e Everton Felipe inverterem de posição.

Aos 3 minutos, o São Paulo teve um gol anulado após checagem com o árbitro de vídeo (VAR). Liziero recebeu passe de Igor Gomes e marcou, mas estava impedido. O susto fez o Palmeiras acordar. Aos 11, Scarpa fez boa jogada individual pela esquerda e chutou fora. A bola bateu na trave de Volpi.

Problemas físicos obrigaram o São Paulo a fazer duas mudanças. A primeira foi a saída de Everton, que não atuava desde fevereiro, e sentiu cãibras. Em seu lugar entrou Gonzalo Carneiro, que obrigou o time a mudar suas características ofensivas. A outra mudança, que manteve o padrão tático, foi de Reinaldo por Léo. Preocupado com os avanços do rival, Felipão também mudou e trocou Scarpa por Zé Rafael. Também por lesão, Victor Luis deu lugar para Diogo Barbosa.

Aos 32 minutos, foi a vez de o Palmeiras ter um gol anulado pelo VAR. Após cruzamento de Diogo Barbosa, Deyverson marcou, mas a revisão do lance apontou impedimento. A entrada de Zé Rafael fez o time da casa ser mais objetivo, com dois chutes perigosos. As chances, no entanto, não foram suficientes para abrir o placar no tempo normal. Na decisão por pênaltis, o São Paulo conseguiu a vitória por 5 a 4 diante de 39 mil palmeirenses.

Na última vez que disputou uma decisão de Paulistão, o São Paulo foi superado pelo Corinthians, em 2003, dois anos antes de triunfar no Estadual realizado no sistema de pontos corridos em 2005.

FICHA TÉCNICA

PALMEIRAS (4) 0 x 0 (5) SÃO PAULO

PALMEIRAS – Prass; Mayke, Luan, Gómez e Victor Luis (Diogo Barbosa); Felipe Melo, Bruno Henrique e Goulart; Dudu, Scarpa (Zé Rafael) e Deyverson. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

SÃO PAULO – Tiago Volpi; Hudson, Bruno Alves, Arboleda e Reinaldo (Léo); Luan, Liziero e Igor Gomes (Nenê); Everton (Carneiro), Everton Felipe e Antony. Técnico: Cuca.

ÁRBITRO – Flávio Rodrigues de Souza.

CARTÕES AMARELOS – Gómez, Hudson, Reinaldo, Everton e Deyverson.

PÚBLICO – 39.751 pagantes

RENDA – R$ 2.665.699,30.

LOCAL – Estádio Allianz Parque, em São Paulo.

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