O volume de recursos que os investidores sacaram da caderneta em abril, já descontadas as aplicações, foi de R$ 8,246 bilhões. Segundo dados do Banco Central, a retirada é recorde para o mês e o maior saque em 21 anos de registros. O resultado também é maior do que os R$ 5,850 bilhões que saíram dessa aplicação em igual mês do ano passado e o terceiro pior resultado desde 1995.
De acordo com o BC, o total de aplicações no mês passado foi de R$ 153,252 bilhões e o de saques, de R$ 161,489 bilhões. O estoque desse investimento está em R$ 640,487 bilhões, já considerando os rendimentos de R$ 4,127 bilhões de abril. Mais uma vez, o patrimônio da caderneta recuou – a sexta queda consecutiva desde novembro de 2015.
O desempenho no mês passado só não foi pior porque nos últimos três dias úteis ingressaram R$ 4,473 bilhões na caderneta. Ainda assim, o ingresso não foi suficiente para colocar a caderneta no azul. Até o dia 26, a conta estava negativa em R$ 12,719 bilhões. Esse movimento de arrecadação nos últimos dias é tradicional e ocorre com aumento dos depósitos por causa de aplicações automáticas da conta corrente que alguns investidores já deixam programadas para ocorrer.
A contínua e acentuada deterioração da caderneta se dá por conta da piora do cenário econômico, com a alta da inflação e o aumento do desemprego. Além disso, outros investimentos se tornaram mais atrativos ao apresentarem rentabilidade maior. A remuneração da poupança é formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) – esse cálculo vale para quando a taxa básica de juros (Selic) está acima de 8,5% ao ano e atualmente está em 14,25% ao ano.
No acumulado do ano, o saque na poupança chega a R$ 32,296 bilhões – o maior para o período nos últimos 21 anos. Esse resultado é formado por depósitos de R$ 619,662 bilhões e retiradas de R$ 651,958 bilhões. Com isso, o rendimento creditado no período foi de R$ 16,194 bilhões.