Saudáveis concorrências

Conforme reportagem publicada neste fim de semana pelo HOJE, o consumidor guarulhense está vivendo um momento bastante peculiar quando busca serviços de banda larga na cidade. Até algum tempo atrás, o acesso à internet era quase um monopólio, já que o único fornecedor em São Paulo era a Telefônica, que ficou com a Telesp no processo de privatização ainda nos anos 90. Somente há poucos anos, vieram outras empresas na área de telefonia fixa e móvel, que passaram a concorrer e oferecer serviços e preços melhores.

Por mais que ainda não se viva em um mar de rosas, já que diversos problemas ainda afetam as várias empresas que oferecem os serviços, decorrência de dificuldades técnicas e operacionais, percebe-se sim um cenário bem melhor. É possível para o consumidor escolher o que acha melhor. Assim, a vinda da NET e agora da GVT a Guarulhos acabam por ajudar neste processo de concorrência. O cliente busca aquela que melhor lhe atender.

Infelizmente, o avanço da telefonia no país não se estendeu a outras áreas. Outros tipos de serviços, pela complexidade, não oferecem a sadia concorrência. Mas vale sim alguns exercícios de imaginação. Por exemplo, será que a EDP Bandeirante, empresa que detém o monopólio no fornecimento de energia elétrica para Guarulhos, atenderia tão mal seus consumidores caso ela pudesse perder clientes? Óbvio que não.

Com certeza, seus diretores pensariam duas vezes antes de somente acumular lucros em vez de buscar um atendimento de excelência àqueles que pagam todos os meses, forçosamente as contas em dia. Neste caso, na ausência da concorrência, caberia à agência reguladora, a Aneel, exercer com maior energia sua capacidade de penalizar essa e outras empresas, que não conseguem bem atender os consumidores.

Mas fica evidente que, se fosse possível, dar aos cidadãos a opção de escolher a empresa X ou Y para lhe abastecer de serviços de primeira necessidade, o grau de satisfação dos atendimentos prestados seria bem maior.