Secretário defende repressão a atos nos EUA

O secretário de Justiça americano, William Barr, defendeu na terça-feira, 28, o envio de agentes federais para reprimir os protestos em Portland, no Oregon, e rebateu acusações de que a medida tenta impulsionar a campanha de reeleição do presidente Donald Trump, em má situação nas pesquisas eleitorais.

Em audiência na Comissão de Justiça da Câmara, Barr rejeitou acusações da oposição democrata de que o governo sufoca protestos pacíficos contra o racismo e a brutalidade policial. Ele classificou os atos de Portland como "um ataque ao governo de Estados Unidos".

Barr também rejeitou as acusações de que queira favorecer Trump politicamente, mesmo quando isso signifique propor uma sentença mais leve de prisão de Roger Stone, consultor político e amigo pessoal de Trump, que teve um pedido de pena de prisão abrandada por Barr.

"Depois da morte de George Floyd, manifestantes violentos e anarquistas fizeram protestos para causar estragos e destruição sem justificativa", afirmou o secretário.

A morte de Floyd, asfixiado por um policial branco em Minneapolis, no final de maio, provocou fortes protestos antirracistas nos EUA e inúmeros pedidos por uma reforma policial. No geral, as manifestações perderam força, mas ainda há atos ocorrendo pelo país, principalmente em Portland, uma cidade progressista governada por democratas.

"Aceitar tacitamente a destruição e a anarquia é abandonar os princípios básicos do estado de direito que deveriam nos unir em um momento politicamente dividido."

A audiência marcou o primeiro depoimento de Barr à Comissão de Justiça da Câmara desde que assumiu o cargo, em fevereiro de 2019. Na semana passada, o órgão interno de supervisão do próprio departamento iniciou investigações sobre a resposta federal aos protestos de Portland e de Washington.

Neste mês, o governo Trump enviou agentes armados para a maior cidade do Oregon, muitos deles com equipamentos de combate, depois de semanas de protestos contra a polícia e o governo – na segunda-feira, Trump decidiu reforçar a tropa local com mais cem homens.

Os democratas dizem que a intervenção é uma manobra política para mostrar que Trump é o candidato da "lei e da ordem", um lema que ajudou na sua eleição em 2016.

No entanto, os protestos em Portland se tornaram maiores desde a chegada dos agentes federais e autoridades locais e do Estado acusaram Barr de ter uma reação exagerada. "O presidente quer imagens para seus anúncios de campanha, e parece que estão sendo entregues conforme foram solicitadas", disse o deputado democrata Jerry Nadler. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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