A secretária de Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão, informou ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) que o governo trabalha para que o leilão da Celg ocorra no fim de novembro. Segundo ela, o novo preço mínimo da empresa, de R$ 1,791 bilhão, publicado no Diário Oficial da União (DOU), está mais alinhado com a percepção do valor da empresa pelo mercado e a expectativa é de aumento do interesse dos investidores.
A União e o governo federal tentaram sem sucesso, em agosto, privatizar a Celg, mas não apareceram interessados para o leilão. Os investidores alegaram na ocasião que o preço mínimo – de R$ 2,8 bilhões, fixado ainda durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff – estava alto.
O leilão foi cancelado e uma nova avaliação da empresa foi feita por duas empresas independentes. A privatização da Celg é coordenada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “O governo de Goiás, a Eletrobras e o BNDES estão bastante confortáveis em recolocar a empresa para o leilão”, disse Ana Carla.
O novo valor mínimo – de R$ 1,791 bilhão – consiste num lote de R$ 1,708 bilhão, referente ao preço das ações da Eletrobras e da Celgpar, controladora da Celg pelo Governo de Goiás, mais um total de R$ 82,595 milhões, referente à oferta aos empregados e aposentados da Celg.
O data room com mais informações sobre o processo de venda para os interessados já está aberto e uma nova audiência pública será feita em Goiás. O secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, vai fazer um roadshow internacional para apresentar a Celg e outras empresas brasileiras que serão privatizadas. O governo de Goiás e o Ministério de Minas e Energia (MME) farão um roadshow em São Paulo e no Rio de Janeiro para investidores do mercado doméstico.
“A Celg será vendida. Não tem chance de outra decepção”, disse a secretária, que disse acreditar que haverá um aumento do apetite dos investidores internacionais pela empresa.
Segundo Ana Carla, a resolução do PPI publicada nesta quarta no DOU sobre a Celg também traz uma alteração da oferta aos empregados e aposentados que diz respeito ao fato de que não haverá prazo mínimo para a permanência das ações, exclusivamente para essa categoria. A medida, diz ela, atende a um pleito dos próprios funcionários da empresa. “O objetivo é estimular a aquisição de maior número de ações pelos interessados, já que permitirá a alienação de sua participação acionária a qualquer momento”, disse Ana Carla.