Economia

Segmentos de informação e comunicação derrubaram Serviços em fevereiro, diz IBGE

O mau desempenho do segmento de Serviços de informação e comunicação foi o principal responsável pela queda de 4% no volume de serviços prestados em fevereiro ante fevereiro de 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A retração de 5,3% nos Serviços de informação e comunicação contribuiu com -2,2 ponto porcentual para a taxa global.

“Um pouco mais da metade da taxa veio de serviços de informação, que tem um peso grande. Então, na medida em que ele tem uma queda mais expressiva, ele afeta sobremaneira a taxa como um todo”, explicou Roberto Saldanha, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

O subsetor de telecomunicações recuou 3,9%, enquanto o de tecnologia da informação caiu 7,5%. “Os maiores demandantes dos serviços de tecnologia da informação são empresas. Está ocorrendo uma redução da demanda empresarial e de governos também. O cenário econômico está desaquecido”, justificou Saldanha.

No caso das telecomunicações, o analista do IBGE explica que há uma redução constante na demanda empresarial mas também por parte das famílias. “As famílias estão cortando gastos tanto na telefonia celular quanto na TV por assinatura. No sinal digital de TV aberta, a qualidade é tão boa quanto a da TV por assinatura”, acrescentou o pesquisador.

Já o subsetor de serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias recuou 10,4% em fevereiro ante fevereiro de 2015. Segundo o IBGE, a TV aberta tem sofrido com a redução nos contratos publicitários, enquanto as empresas de edição viram a demanda diminuir em fevereiro após o pico de demanda de encomendas de livros didáticos pelos municípios e estados em janeiro.

As demais contribuições negativas para o resultado final da Pesquisa Mensal de Serviços foram: Serviços profissionais, administrativos e complementares, com -0,8 ponto porcentual; Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, com -0,6 ponto porcentual; Outros serviços, com -0,3 ponto porcentual; e Serviços prestados às famílias, com -0,1 ponto porcentual.

Agropecuária

Os bons resultados da agropecuária no País diminuíram o ritmo de queda nos serviços de transportes, auxiliares dos transportes e correio em fevereiro, segundo os dados divulgados pelo IBGE.

Os transportes vinham de queda de 6,9% em dezembro, reduziram para -5,8% em janeiro, e então para -2,0% em fevereiro, sempre na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Em relação a fevereiro de 2015, o avanço de 11,7% no transporte aquaviário foi impulsionado pelo setor agropecuário, assim como a queda menor nos serviços de armazenagem, de apenas -0,1%, afirmou Saldanha. “O transporte aéreo também teve um crescimento real, de 14,2%, mas nesse caso é mais em função de redução tarifária”, justificou.

Recuperação

A recuperação do setor de serviços se dará apenas no médio ou longo prazo, segundo Saldanha. O segmento, muito dependente da demanda industrial e comercial, acompanhará a futura recuperação dessas duas atividades. Por enquanto, a tendência é de estabilização no ritmo de queda do volume de serviços prestados.

“A taxa em 12 meses não está mais caindo. Em dezembro, janeiro e fevereiro parou de cair mais”, disse Saldanha. “A tendência é de estabilização no ritmo de queda dos serviços. A tendência de declínio parece que estacionou”, completou ele.

A redução na inflação de serviços tem ajudado o desempenho do setor. A taxa acumulada em 12 meses desceu da faixa de 8% para 7,5% nas últimas leituras, dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O indicador é usado como deflator para obter o volume de serviços prestados, mas a receita nominal do setor também voltou a crescer. A alta na receita nominal foi de 1,9% em fevereiro ante fevereiro de 2015, ante ligeira queda de 0,1% em janeiro.

“Como a receita nominal teve melhora, e com a inflação menor, você tem uma melhora nos serviços (redução no ritmo de queda)”, ressaltou Saldanha.

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