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Sem ação efetiva da União, número de afegãos acampados no Aeroporto de Guarulhos volta a crescer

O número de refugiados afegãos vivendo no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, aumentou nos últimos dias. Alguns já estão há meses aguardando vaga em um abrigo. Segundo informações do Coletivo Frente Afegã, são 149 pessoas que aguardam acolhimento. Há uma semana, segundo a administração do aeroporto, eram 33.

Apesar dos apelos da Prefeitura de Guarulhos para a criação de uma política nacional para o acolhimento de refugiados pelo Governo Federal, muito pouco foi feito até o momento. A cidade tem hoje 257 vagas para acolhimento de migrantes e refugiados, sendo 207 geridas pela municipalidade e outras 50 pelo governo estadual. No momento, todas estão lotadas.

Em nota, a prefeitura de Guarulhos informou que não é o ente responsável por acolher os afegãos que chegam ao país com visto humanitário concedido pelo governo federal. O município trabalha em caráter emergencial já que o aeroporto de Guarulhos é o único do Brasil que recebe voos do Afeganistão e de países vizinhos. Guarulhos também pede o reconhecimento como cidade de fronteira, para ter acesso a recursos destinados ao atendimento de estrangeiros.

Em setembro de 2021, o Brasil passou a conceder vistos humanitários para afegãos, depois da retomada do poder pelo grupo Talibã. Uma nova portaria interministerial, do final de setembro, estendeu essa política dos vistos até 2024, mas criou restrições: condicionou os vistos à disponibilidade de abrigo aqui no Brasil, e manteve o atendimento aos afegãos em apenas duas embaixadas, antes, eram seis. Isso gerou críticas de organizações de direitos humanos. Uma nota pública foi assinada por 38 instituições.

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