Os brasileiros que terão a missão de tentar recolocar o Brasil no Grupo Mundial da Copa Davis, que reúne a elite do tênis, estão definidos, mas a equipe ainda não está completamente fechada. Enquanto Thomaz Bellucci e os duplistas Bruno Soares e Marcelo Melo já têm um lugar cativo, o último posto permanece em jogo entre Rogério Dutra Silva e Guilherme Clezar até a próxima terça-feira, quando o capitão João Zwetsch anunciará quem jogará e quem ficará na reserva para o confronto entre Brasil e Espanha entre os dias 12 e 14 de setembro, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.
De acordo com o capitão, a decisão de deixar o lugar do tenista número 2 de simples em aberto é uma maneira de estimular os candidatos a se superarem e entrarem ainda mais motivados para a disputa. “A experiência na semana de treino aguça a vontade do tenista. No momento em que ele está ali, tem de fazer o melhor para buscar a vaga. O nível do jogador aumenta com esse desafio”, afirmou.
João é enfático ao dizer que Thomaz Bellucci e os duplistas ocupam um patamar superior aos demais. Ele ainda explicou que a presença de Clezar faz parte de um desejo de renovação da equipe brasileira e do desenvolvimento de um trabalho a longo prazo, que possa acelerar o crescimento dos jovens. ” O Brasil tem uma defasagem de nível quando se trata do segundo jogador e ficou cada vez mais clara a necessidade de usar a Davis como uma espécie de trampolim. (Transição) será feita com coerência e com jovens que tenham condição de manter a equipe competitiva”, disse.
Já a escolha por Rogerinho deve-se ao empenho que já foi mostrado pelo paulista em participações anteriores na Davis e em momentos decisivos de sua carreira, como o US Open de 2013. “Depois do ultimo confronto contra o Equador (pelo Zonal Americano, em abril), Rogério teria de estar na equipe a não ser que acontecesse algo contundente que tivesse que substitui-lo”, justificou João.
Apesar de aparecer em 113º lugar no ranking da ATP, atrás apenas de Thomaz Bellucci entre os brasileiros João Souza, o Feijão, acabou preterido por Zwetsch. Para o capitão, o tenista vive seu melhor momento em quadra, mas apresenta o mesmo nível de tênis de seus escolhidos – Clezar (190º) e Rogerinho (162º). “Reconheço que ele está em um melhor momento, melhor fase que o Rogério, mas melhor fase não significa um nível diferente”, afirma.
A Espanha também anunciou os seus convocados nesta terça-feira e será composta por Roberto Batista Augut (19º do mundo), Marcelo Granollers (42º) e pelos duplistas David Marrero (13º) e Marc Lopez (22º). Assim, ratificou as ausências de Rafael Nadal, que se recupera de lesão no punho, David Ferrer e Tommy Robredo, que já tinham divulgado que não viriam ao Brasil. Mesmo com a ausência de seus três principais tenistas, os espanhóis serão um páreo duro para o Brasil.
O capitão reconheceu o favoritismo espanhol, no entanto, espera contar com o “fator casa” para reduzir o desnível entre as duas equipes. “Obviamente que a não vinda de Nadal e Ferrer deixa o Brasil com um pouco mais de chance no confronto. Outras vantagens que podem ajudar é o fato de jogar em casa e de a torcida brasileira ser entusiasmada”
HISTÓRIA – Brasil e Espanha já se enfrentaram sete vezes na história da Copa Davis, com cinco vitórias para os europeus. No entanto, o time brasileiro levou a melhor no último encontro, em 1999. Formada por Fernando Meligeni, Gustavo Kuerten, Jaime Oncins e Márcio Carlson, a equipe não deu chance para os espanhóis Alex Corretja, Albert Costa, Carlos Moya e Felix Mantilla mesmo atuando fora de casa, em Lérida.
Na última vez em que a equipe nacional jogou em casa pela competição, o Brasil teve o que comemorar. Em setembro de 2012, o País superou a Rússia por 5 a 0, em São José do Rio Preto, e se garantiu na elite da competição depois de nove anos de jejum. Já São Paulo não recebe a Davis desde 1996, quando o Brasil encarou a Áustria no Hotel Transamérica. O time liderado por Thomas Muster abandonou a disputa e se despediu derrotado por 4 a 1.