Na manhã desta quarta-feira, 25, o prefeito Sebastião Almeida (PT) descartou o parcelamento do reajuste salarial aos servidores públicos, conforme proposta que a administração havia feito à categoria até a última reunião da Comissão Permanente de Negociação e anunciou os 9,34% na íntegra, já na folha de pagamento de maio, que será paga neste final de semana. Porém, descartou qualquer reajuste nos valores do vale refeição, como defende o funcionalismo. Diante deste cenário, o Fórum das Associações dos Servidores informou, em comunicado, que deve manter o estado de greve da categoria estabelecido em assembleia realizada na noite desta terça-feira, 24.
Representante do Fórum, que reúne servidores dos mais diferentes setores da Prefeitura, Silas Marques, que preside a Associação dos Guardas Civil Municipal de Guarulhos, espera que os servidores públicos rejeitem parcialmente a proposta realizada por Almeida. Segundo Marques, é necessário que a Administração reajuste os benefícios na mesma proporção que os salários. Sem nenhuma definição, Silas entende que a melhor alternativa é permanecer em estado de greve até dia 31 com possível paralisação a partir do dia 1.
“A não ser que o sindicato dê novas orientações fica o acertado da assembleia às 10h do dia primeiro de junho para decidirmos se aceitamos ou não apenas os 9,34%. Faltou o VR (Vale Refeição). Como foram definidos os dois itens, somente outra assembleia será soberana para aceitarmos ou não 50% das reivindicações”, explicou Silas Marques.
Os servidores reivindicam o valor diário de R$ 30 para o Vale Refeição, além do reajuste no Vale Alimentação. Em comunicado, o Fórum, que reúne líderes das associações formadas por servidores públicos, afirma que o aumento dos valores nos benefícios são um direito dos trabalhadores e que não irão abrir mão dele. Entretanto, Silas alerta para a necessidade de se aterem a condição jurídica relacionada ao caso.
“O que eu estou pesquisando se uma cláusula social e o VR se encaixa nesta categoria e se pode ser motivo legal de greve. As greves são normalmente por questões salariais. O VR entra na categoria de cláusula social e estou pesquisando se já aconteceu alguma greve por este motivo e qual a legalidade reconhecida pela lei”, encerrou.
Sem sinalizar qualquer intenção de reajustar os benefícios ofertados aos servidores públicos, Almeida declarou encerrada a negociação salarial com a categoria em virtude da ausência de representantes do Stap (Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública) de Guarulhos, na reunião da última segunda-feira, 16, que estava agendada para ser realizada em seu gabinete.
Em nota divulgada nesta tarde, o Stap – que vinha participando das negociações durante as reuniões da Comissão Permanente de Negociação, onde a Prefeitura havia informado sobre a intenção de parcelar o reajuste – confirmou a manutenção do estado de greve.