A Força Sindical, a União Geral dos Trabalhadores e a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil protestaram na manhã desta terça-feira, 20, em frente à sede do Banco Central, na Avenida Paulista, em São Paulo, contra os juros altos. Segundo os organizadores, 600 pessoas participaram da manifestação.
O protesto ocorreu no mesmo dia em que teve início a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que anuncia na quarta-feira, 21, a sua decisão sobre a taxa básica de juros.
Para o presidente da Força Sindical, Miguel Jorge, mesmo que a taxa de juros se mantenha no atual nível de 14,25%, como sugere a estimativa dos 73 analistas ouvidos pelo AE Projeções (serviço especializado da Agência Estado), o patamar da Selic ainda é muito alto. “As taxas de juros estão causando um desarranjo muito grande na economia brasileira. Estamos vendo o dinheiro sair dos investimentos e do setor produtivo e indo para os bancos”, afirmou.
Jorge acredita ainda que o aumento do desemprego está relacionado à alta dos juros e que não vê melhora da situação da economia brasileira no médio prazo. “Não vemos do lado do governo nenhum sinal para corrigir o eixo da economia”, comentou.
Os sindicalistas instalaram na calçada da Avenida Paulista um dragão inflável de 13 metros de altura com três cabeças, denominadas Inflação, Desemprego e Juros Altos. “O dragão é para simbolizar o medo da população em torno destes problemas”, disse Jorge.
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o protesto ocorreu entre 9h30 e 12 horas e ocupou a calçada da Avenida Paulista e uma faixa da via no sentido Consolação. A Polícia Militar não concedeu estimativas sobre o número de participantes.