Depois de tudo que moradores e trabalhadores que utilizam a estrada do Água Chata, na região dos Pimentas, passaram nos últimos meses, em especial após as chuvas do final e início deste ano, representantes do poder público fazem uma série de promessas para tentar, ao menos, minimizar os transtornos que vão desde alagamentos, buracos que não acabam mais, falta de iluminação e até arrastões.
Não é de hoje que o GuarulhosWeb publica notícias sobre a estrada da Água Chata. Desde o final de 2014, moradores se mobilizam para chamar a atenção das autoridades para o caos que a estrada da Água Chata se transformou.
Entre os últimos dias 25 de dezembro e 1º de janeiro, quando fortes chuvas atingiram Guarulhos, alguns pontos da estrada ficaram alagados e impediram a passagem de muitos motoristas que precisaram esperar o escoamento da água ou dar a volta e atravessar por ruas de terra, também sem infraestrutura, que cruzam uma comunidade da região.
Nos últimos três anos muitos condomínios residenciais foram inaugurados na região, o que aumentou a circulação de veículos e as necessidades dos moradores. Apesar dos lançamentos, a população aponta que a Prefeitura não investiu no bairro e tão pouco realiza manutenções dos problemas que aparecem.
Em janeiro de 2015, o GuarulhosWeb foi ao bairro e acompanhou de perto o drama das famílias que precisam passar pela estrada Água Chata. No local não há calçadas, pontos de ônibus sinalizados ou com abrigos, falta iluminação pública, além da segurança precária, que segundo relatos, fazem com que muitos motoristas de ônibus se recusem a parar no local à noite.
Para tentar reverter esta situação, em março de 2015, os moradores fizeram um protesto inusitado utilizando faixas que continham conteúdo sarcástico, com frases como: “Vai pegar Ônibus aqui? Traga uma cadeira e um guarda-chuva!”, que mostravam a motoristas que passavam pelo local a situação caótica que os moradores são obrigados a passar na região.
Dez meses depois a situação continua a mesma. Segundo a balconista Patrícia Brandão, 38 anos, moradora do bairro há mais de dois anos, nada foi feito em relação às reivindicações dos moradores. “O problema com a enchente é recente e tem nos causado danos ainda piores. Os buracos, por exemplo, nos obrigam a diminuir a velocidade, o que tem facilitado os assaltos. As tampas de bueiro foram carregadas pela chuva e os buracos permanecem abertos”, explicou.
Patrícia ainda contou que entrou em contato com a Proguaru, mas foi encaminhada para a Regional Pimentas, que se isentou da responsabilidade e devolveu o problema para a empresa de economia mista.
Para se proteger os moradores trocam informações sobre os problemas do bairro através da redes sociais, onde montaram um grupo chamado “Guardiões da Água Chata”.
Nesta segunda-feira, primeiro dia útil após todos os transtornos relatados ao longo do recesso de final de ano em diversas publicações do GuarulhosWeb, diversas pastas foram contatadas pela reportagem para saber das soluções possíveis.
A Proguaru informou que a execução dos reparos, incluindo os buracos localizados na altura do número 2.200, que acabam tornando parte da estrada em mão única, está inclusa na programação das equipes e deve ser realizada nos próximos dias.
Sobre as manutenções e reparos na iluminação pública, a Prefeitura informou que o serviço é de responsabilidade da EDP Bandeirante. Entretanto, a Prefeitura já encaminhou pedido à concessionária para que realize o atendimento necessário na Água Chata o quanto antes. O último pedido de manutenção foi feito em 6 de novembro e reforçado nesta segunda-feira.
Por sua vez, a EDP esclareceu que recebeu solicitação encaminhada pela Prefeitura para manutenção da iluminação pública na Estrada da Agua Chata, em Guarulhos e que encaminhará equipe ao local para realizar vistoria e tomar as medidas necessárias o quanto antes.
A Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (STT), responsável pela infraestrutura da via, respondeu apenas referente ao efetivo que – segundo os moradores – não dão respaldo aos motoristas durante os congestionamentos. A pasta informou que “as equipes de operação e fiscalização de trânsito estiveram no local no dia 1º, mas devido às fortes chuvas que caíram na região, houve alagamento na área do trevo (de Bonsucesso) e o trânsito ficou complicado, dependendo da diminuição das águas para sua normalidade. Só assim, os agentes puderam agir destravando o tráfego”.