Era tarde de quinta-feira, 2/1, primeiro dia útil de 2020, quando o empresário José Paulo Trugillo, de 58 anos, morador de Itaquera, na Zona Leste da capital, estava em Arujá testando uma picape que havia acabado de ser revisada antes de repassar a um funcionário. Ele foi abordado por três homens e preso no porta-malas do veículo.
“Estava testando uma picape Amarok que tinha acabado de fazer revisão geral. Era de meu costume, para depois entregar ao meu funcionário. Já tinha acabado o teste e avisado o funcionário”, afirmou Trugillo.
“Tentaram saques nos caixas eletrônicos, sem sucesso. Nervoso, acho que acabei confundindo as senhas”, completou o empresário.
Amarrado e preso no porta-malas do carro, José Paulo pôde ouvir os planos dos sequestradores. “Na conversa que eu escutava no porta-malas, a picape era uma encomenda. Mas, quando se deram conta durante a conversa que ela tinha rastreador, me perguntaram e eu confirmei. Dali em diante tocaram o terror, resolveram que acabariam comigo e com a caminhonete. Na ligações, a pessoa na outra linha havia mandando dar um fim no veículo e em mim, alegando que eu já sabia demais”, relatou.
Os criminosos dirigiram por quilômetros e José Paulo, ainda preso por mais de duas horas, esperava pelo pior. “Tomei uma pancada na cabeça e desfaleci. Retomei a consciência no Upa São João”, continuou.
O empresário deu entrada na unidade por volta de 20h daquela noite chuvosa. “Eu estava no veículo, abandonado na Estrada de Nazaré, próximo à entrada do Jardim Fortaleza, em chamas, amarrado e inconsciente. Alguém passou pelo local com familiares e me socorreu, me levou ao hospital e salvou a minha vida”, contou emocionado.
Ele relata os traumas decorrentes do pânico que viveu por horas. “Demorei para recuperar a memória, que até hoje não está legal. Tive queimaduras na perna e no rosto e ainda faço tratamento psicológico e psiquiátrico. Não consigo mais dirigir”explicou.
“Minha família foi me encontrar, mas ninguém anotou os nomes de quem me socorreu. Me informaram que foi um senhor da região em uma caminhonete e o sobrinho em outro veículo. No entanto, não há mais nada”, enfatizou.
O caso foi registrado no 7º DP, segundo Trugillo. O gestor não procura saber o desdobramento dos cuidados e só quer encontrar o “anjo da guarda” que salvou sua vida. “Sem eles, não teria sobrevivido. Uma enfermeira me disse que eles me tiraram do veículo. Não há dinheiro que pague eu encontrar essa pessoa. Peço de coração que me ajudem a encontrá-lo”, finalizou o sobrevivente.
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