Correndo como um dos 20 convidados da organização – o que costuma significar receber um polpudo “bicho” -, o brasileiro Solonei Rocha da Silva ficou apenas na 16.ª colocação na Maratona de Boston, uma das mais tradicionais do calendário, realizada nesta segunda-feira nos Estados Unidos. A prova, muito mais lenta que o usual, teve vitória do etíope Lemi Bernanu Hayle.
A Maratona de Boston é realizada em declive de cerca de 150 metros entre a largada e a chegada e, por isso, não tem seus resultados auferidos pela IAAF (Associação das Federações Internacionais de Atletismo). Isso significa que os tempos não entram no ranking mundial nem valem como tomada de índice para a Olimpíada.
Solonei foi o único brasileiro de elite em Boston porque ele não precisa mais se preocupar com índice. Ao terminar entre os 20 primeiros do Mundial (em 18.º), garantiu a convocação a partir deste contestado critério estabelecido pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
Nesta segunda-feira, ele completou a prova em 2h24min54, muito abaixo do que está acostumado a fazer – no ano passado, foi terceiro do ranking brasileiro com 2h13min15s. Mas a prova toda foi lenta. Hayle venceu com 2h12s45, seguido dos também etíopes Lelisa Dedisa e Yemane Adhane Tsegay. À frente de Solonei chegaram 13 africanos (um deles naturalizado holandês), além de dois americanos. No feminino, a vitória ficou com Atsede Baysa, também da Etiópia.
O queniano Geoffrey Mutai, que correu em Boston em 2h03min02 em 2011, melhor tempo da história das maratonas, chegou a ser anunciado na lista de convidados da organização, mas teve o convite retirado no início do mês.
BRASILEIROS – No domingo, o mineiro Frank Caldeira, campeão da São Silvestre de 2006 e da maratona dos Jogos Pan-Americanos, em 2007, ficou em 10.º lugar da Maratona de Hamburgo, na Alemanha, no domingo, e perdeu a última chance de se garantir na Olimpíada, ainda que tenha ratificado o índice.
Franck completou a prova em 2h13min17 e assumiu o quarto lugar do ranking nacional das temporadas 2015 e 2016. Mas os Jogos só aceitam três atletas por país na maratona e o prazo para obtenção de índice nessa prova se encerra no começo de maio. Não há tempo hábil para correr outra maratona.
Os resultados das últimas provas praticamente garantem Marilson Gomes dos Santos (2h11min00s) e Paulo Roberto de Paula (2h11min02) nos Jogos Olímpicos do Rio, junto com Solonei. O resultado de Franck, dois segundos pior do que a melhor marcada de Solonei, aliás, evitou uma contestação judicial da convocação antecipada.
Todos os brasileiros que já demonstraram condição de correr uma maratona na casa de 2h10min não competem mais até o fim do prazo de qualificação. As últimas esperanças eram Franck e Giovani dos Santos, que correu a maratona de Milão há 15 dias, em 2h14min41s, – seu recorde pessoal.