Apesar do registro do primeiro caso de febre amarela do ano no estado de São Paulo, confirmado nesta segunda-feira (13), Guarulhos ainda não anunciou nenhuma medida emergencial de prevenção. A Secretaria Municipal de Saúde informou que a vacinação contra a doença segue disponível de forma rotineira no calendário vacinal do município, sem alterações na estratégia vigente desde 2017.
O caso registrado envolve um homem de 27 anos, morador da capital paulista, que esteve em área rural na cidade de Socorro, na região metropolitana de Campinas.
Em Guarulhos, a vacinação contra a febre amarela faz parte do calendário vacinal desde 2020 e está disponível em todas as unidades de saúde para pessoas entre 9 meses e 59 anos, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Em resposta a uma solicitação do GWeb, a Secretaria da Saúde informou que o município conta com doses suficientes para atender à demanda.
A cidade realizou campanhas em massa entre 2017 e 2018, durante a gestão Guti, em uma emergência epidemiológica. Atualmente, a imunização ocorre de forma rotineira, mas com especial atenção a viajantes que planejam visitar áreas de mata, trilhas, cachoeiras ou acampamentos.
O que é a febre amarela e quais são os sintomas?
A febre amarela (FA) silvestre é uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa, causada por um arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridade. Epidemiologicamente, a doença pode se apresentar sob duas formas distintas: febre amarela urbana (FAU) e febre amarela silvestre (FAS), diferenciando-se uma da outra apenas pela localização geográfica, espécie vetorial e tipo de hospedeiro.
A doença mantém-se endêmica e enzoótica em diversas regiões tropicais das Américas e da África, e de modo esporádico, são registrados surtos e epidemias de magnitude variável.
Atualmente, nas Américas, são conhecidos dois ciclos de transmissão do vírus da FA: um urbano, do tipo homem-mosquito-homem, no qual o Aedes aegypti é o principal vetor; e o outro silvestre, complexo, no qual diferentes espécies de mosquitos (Haemagogus spp. e Sabethes spp.) atuam como vetores e primatas não humanos (PNH) participam como hospedeiros, amplificando o vírus durante a fase virêmica.
No humano a Febre Amarela possui rápida evolução, com cerca de 10% dos casos, evoluindo para formas graves com icterícia (amarelão da pele), dor abdominal intensa, sangramentos em sistema digestivo (vômitos ou fezes com sangue), pele ou urina e falência renal. Por isso a importância de identificar a doença precocemente para realizar os cuidados médicos necessários.