Empresa em fase inicial, com características inovadoras, geralmente de base tecnológica, operando em condições de grande incerteza. Em outras palavras, uma boa ideia, com muito potencial para dar certo mas, ao mesmo tempo, nenhuma garantia de que irá vingar. Assim podem ser descritas as tão faladas startups.
O conceito surgiu nos Estados Unidos, em meados da década de 1990, chegou por aqui no início dos anos 2000 e desde então as startups passaram a figurar cada vez mais no radar do empreendedorismo brasileiro. Não faltam desafios para esse tipo de negócio; há os específicos e os comuns a qualquer empreendimento e, neste caso, estamos falando de como manter uma gestão eficiente, implantar ações de marketing, formar uma boa equipe, entre outros. Não bastasse, o Brasil impõe obstáculos extras como burocracia crônica, alta carga tributária e custo elevado do dinheiro, um sério entrave, já que as startups costumam depender de investidores, geralmente sem disposição para esperar muito pelo retorno.
De acordo com corrente de pensamento vinda do Vale do Silício (região da Califórnia onde estão instaladas muitas empresas de tecnologia), os elementos formadores do núcleo das startups são equipe, produto e mercado.
Apesar da divergência sobre qual teria mais peso para o sucesso, é plausível a tese dos que consideram o mercado como crucial. De nada adianta ter uma ótima equipe que desenvolva um produto de qualidade sem um mercado forte para consumi-lo. Se a demanda é pequena, o fôlego da empresa será curto. Já um mercado vigoroso impulsiona time e produto medianos, que com o tempo se aprimorariam.
Independentemente do aspecto determinante, os princípios da boa administração devem sempre ser respeitados. O planejamento é a base para a construção de uma empresa consistente. Montar um plano de negócio, com todas as variáveis do empreendimento e a análise da real perspectiva de mercado, oportunidades e riscos é imprescindível, pois sem ele, investidor nenhum colocará suas fichas.
Se você está envolvido com uma startup, seu olhar certamente está no futuro, mas jamais descuide dos pilares da gestão responsável, pois são eles que sustentarão sua empresa.
Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP