Elton Grais, de 28 anos, foi detido no começo da noite desta sexta-feira pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Ele é suspeito de ter colocado fogo na casa da torcedora gremista Patrícia Moreira, que foi flagrada pela tevê chamando o goleiro Aranha de “macaco” em jogo da Copa do Brasil. O incêndio aconteceu durante a madrugada e não provocou grande estrago – como a residência estava vazia, ninguém ficou ferido.
O suspeito foi reconhecido por uma das testemunhas na 14ª Delegacia de Polícia. Segundo as investigações iniciais, o fogo teria começado numa parte da casa onde há um hidrômetro, sem fiação elétrica por perto – o imóvel fica no bairro Passo das Pedras, na zona norte da capital gaúcha.
O delegado Tiago Baldin, responsável pelo caso, informou que o suspeito apresenta um ferimento na mão, supostamente provocado por uma queimadura. E, diante dos indícios, revelou que iria pedir a prisão preventiva do acusado.
Por volta das 4 horas desta sexta-feira, uma vizinha que mora em frente à residência da torcedora gremista de 23 anos viu o incêndio e chamou o Corpo de Bombeiros. Com baldes, as pessoas da região conseguiram apagar parte do fogo, que foi contido totalmente pelos bombeiros.
A casa está desocupada desde o episódio do jogo entre Santos e Grêmio, ocorrido no dia 28 de agosto, em Porto Alegre. Depois de sofrer ameaças nas redes sociais – sua residência chegou a ser apedrejada anteriormente -, Patrícia está morando com parentes fora da capital gaúcha.
Segundo o advogado de Patricia, Alexandre Rossato, as chamas atingiram um porão e queimaram parte do assoalho. “Lamentável. Isso, sim, é avaliado como crime. Esperamos que seja dada a mesma importância”, declarou o defensor da torcedora gremista.
Patrícia já disse que se arrepende do que fez e pediu desculpas publicamente a Aranha. Um inquérito policial investiga ela e outros torcedores gremistas que teriam ofendido o goleiro do Santos naquela partida – o crime seria de injúria racial. Enquanto isso, o Grêmio foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e, condenado pelos atos de sua torcida, acabou sendo excluído da disputa da Copa do Brasil.