O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro disse, neste sábado (14), que está trabalhando para que as transformações que ocorrem atualmente no PT se deem de maneira mais aguda. “Já conseguimos um nível de estabilidade melhor no partido, mas ele está longe de ser remodelado e de aprender as lições da época, que todos os partidos têm que aprender sob pena de se tornarem mais conservadores em vez de partidos de mudança”, afirmou o petista, na capital gaúcha, onde participa de um seminário organizado pelo PT do Rio Grande do Sul.
Tarso também avaliou que o combate à corrupção tem que continuar, mas que este não é o principal desafio do Brasil hoje. “O grande problema do País é a redução das desigualdades sociais”, falou. “O modelo de desenvolvimento que adotamos e que incluiu 50 milhões de pessoas no mercado, ele já cumpriu um papel muito forte. Agora, para a economia andar e o desenvolvimento assumir um novo ritmo, precisamos de programas de redução das desigualdades sociais.”
Perguntado sobre a política econômica defendida pela presidente Dilma Rousseff, Tarso disse que teria “reparos” a fazer, mas que não diria quais são. Depois, afirmou que a presidenta está orientando de uma maneira positiva a tentativa de o Brasil sair da crise, para depois fazer uma ressalva: “As questões de fundo não estão sendo tratadas ainda nem pela oposição nem pelo governo, que é remodelar o modelo de desenvolvimento do País para reduzir desigualdades”, avaliou.
Protestos
Sobre as manifestações em favor de um processo de impeachment da presidente, o ex-governador petista disse que os protestos deste tipo fazem parte do processo democrático, mas que, neste caso, carece de embasamento. “Por enquanto não há fundamentação que vincule a Presidência a qualquer questão relacionada com o impeachment. Então, na verdade este é um movimento político de oposição pautado pela extrema direita, que não tem nome, que não se sabe quem promove ou quem banca, destinado a fazer desgaste político no governo”, disse.
Tarso participa neste sábado (14) de um seminário organizado pelo PT gaúcho para discutir os desafios e as perspectivas para o partido e o governo de Dilma Rousseff. O evento, que é fechado à imprensa, tem a participação do presidente nacional da sigla, Rui Falcão.