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Tatiana diz estar pronta para final do surfe: Todas têm as mesmas chances

Em um novo formato para definir o campeão mundial de surfe, a decisão da temporada será realizada em um dia único na praia de Trestles, na Califórnia (Estados Unidos), no melhor dia de ondas durante a janela de disputa que começa em 9 de setembro e vai até o dia 17. A brasileira Tatiana Weston-Webb é a única brasileira entre as cinco com chances de levantar o troféu. No masculino, entre os surfistas nacionais, estão Gabriel Medina, Italo Ferreira e Filipe Toledo.

O formato de disputa também é diferente dos outros anos. A quinta colocada do ranking mundial (a francesa Johanne Defay) enfrenta a quarta (a australiana Stephanie Gilmore). Quem ganhar a bateria encara a australiana Sally Fitzgibbons. Quem passar daí encara Tati, que é segunda colocada no ranking. E a vencedora desta disputa vai pegar a havaiana Carissa Moore em uma melhor de três. No masculino o formato é o mesmo.

Focada na disputa do título mundial, Tati já está na Califórnia se preparando para a decisão do Circuito Mundial de Surfe. Ela vem analisando as condições do mar e aperfeiçoando seus equipamentos para tentar buscar um título inédito para o Brasil, que nunca foi campeão mundial na elite no feminino. Aos 25 anos, ela vive ótima fase e espera ver uma festa verde e amarela nas areias de Trestles.

<b>Qual sua expectativa para as Finais?</b>
Agora por enquanto não tenho muita expectativa na minha cabeça. Estou focada em surfar bem e ter o equipamento 100% nos meus pés. Quero deixar para pensar em algo mais específico no dia e vou entrar para surfar bem.

<b>Como está sendo sua preparação?</b>
Depois da etapa no México eu fui para Salina Cruz e fiquei só surfando e me divertindo. Vou receber mais três pranchas novas na sexta e estou treinando bem.

<b>Como é seu desempenho nas ondas de Trestles?</b>
Já tenho treinado lá e estou sempre vendo as imagens, pegando equipamentos para o dia, dormindo e me alimentando bem. Competi lá vários anos, ganhei muitas etapas, mas era mais nova. Tenho ótimas memórias e estou bem acostumada a surfar essa onda.

<b>Desde a última etapa na Austrália, seu desempenho em comparação com suas adversárias caiu um pouco. Isso é motivo de preocupação ou foi um relaxamento natural por já estar praticamente garantida na decisão?</b>
Acho que isso não vai fazer diferença. Às vezes é apenas um momento. O que vale é que estou em segundo lugar, uma ótima posição para as Finais. Então quero aproveitar e vou fazer tudo que posso para vencer.

<b>O formato de disputa das Finais te agrada?</b>
É um formato novo, todas têm as mesmas chances, e quem está em cima no ranking tem vantagem, mas acredito que são chances iguais para todo mundo.

<b>Você precisa ganhar apenas três baterias para ser campeã do mundo. Como se preparar para isso?</b>
É algo que precisa visualizar bastante e se ver ganhando essas três baterias. Estou começando minhas visualizações e estou me preparando bastante no lado psicológico. Não tenho expectativa sobre quem eu vou enfrentar, mas vou estudar as surfistas para ver os pontos fracos e fortes delas.

<b>Como foi a sua experiência olímpica no Japão?</b>
Foi incrível. Pude participar de um evento histórico e um dia vou contar isso para meus filhos. Foi muito especial, vi o Italo ganhando o ouro, o time foi bem o tempo todo, nunca vou esquecer.

<b>O que mudou na sua vida por ter participado dos Jogos de Tóquio?</b>
A Olimpíada mudou bastante. A gente tem uma visão maior e as pessoas estão tendo mais respeito por nosso esporte. É importante perceberem que fazemos algo bem sério. As pessoas acham que é só estilo de vida, mas a gente trabalha bem forte para competir.

<b>Do ponto de vista financeiro, a situação está melhor também?</b>
Eu ganhei alguns patrocínios por causa da Olimpíada, mas às vezes eles não continuam para outros anos.

<b>Você é a única brasileira no feminino, mas no masculino temos três representantes. Acha que pode ter uma festa verde e amarela na Califórnia?</b>
Eu acho que pode ter com certeza. Especialmente porque Italo é segundo, Gabriel está em primeiro, então a chance de o Brasil ganhar é mais do que 50%.

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