As taxas futuras de juro fecharam em leve queda nesta segunda-feira, 22, em meio a um clima mais calmo no exterior e com a tendência de baixa do dólar durante boa parte da sessão. Segundo participantes do mercado, dados um pouco melhores do que o esperado sobre a arrecadação do governo federal em novembro não fizeram muito preço.
Além disso, os investidores acompanharam declarações da presidente Dilma Rousseff durante café da manhã com a imprensa, mas querem ver números concretos, em vez de mais promessas.
Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) para abril de 2015 (30.210 contratos) projetava taxa de 12,190%, ante 12,199% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2016 (54.205 contratos) apontava 12,89%, de 12,93%.
O DI para janeiro de 2017 (138.615 contratos) indicava 12,85%, de 12,96%. E o DI para janeiro de 2021 (26.740 contratos) mostrava 12,31%, de 12,45%. Nos EUA, o juro da T-note de 10 anos estava em 2,170% por volta das 16h25, de 2,173% no fim da tarde de sexta-feira. O dólar à vista no balcão subia 0,19%, a R$ 2,6610, depois de ter operado em queda durante boa parte da sessão.
No exterior, o petróleo abriu em alta nesta segunda-feira, o que, juntamente com a valorização do rublo ante o dólar, contribuiu para um clima mais ameno, mesmo após a commodity tendo passado a cair ao longo da sessão. Além disso, a liquidez está bastante reduzida, o que favorece oscilações mais fortes.
“Acho que o povo ficou muito animado com o cenário externo, mas os fundamentos não justificariam a redução das taxas hoje”, comenta um operador.
À tarde, a Receita informou que a arrecadação federal fechou novembro em R$ 104,470 bilhões, uma queda real de 12,86% em relação a novembro do ano passado. Na comparação com outubro de 2014, houve queda de 2,14%.
O resultado ficou dentro do esperado pelos analistas do mercado consultados pelo AE Projeções, mas acima da mediana. De acordo com o levantamento, as expectativas indicavam um resultado de arrecadação entre R$ 96,000 bilhões e R$ 110,189 bilhões, com mediana de R$ 99,050 bilhões.
Mais cedo, a presidente Dilma havia dito que o ajuste fiscal esperado para o próximo ano exigirá algumas medidas “mais drásticas”, mas sem cortar programas sociais. Questionada por jornalistas se o ajuste fiscal para 2015 poderia ficar na casa de R$ 100 bilhões, Dilma respondeu: “Fui apresentada a esse número pela imprensa. Esse número não foi discutido com a presidenta. Ninguém fez essa conta, R$ 100 bi é um chute.” Segundo ela, ainda não foi discutido aumentos de impostos.
Na pesquisa semanal Focus, do Banco Central, a projeção para o IPCA de 2015 subiu de 6,50% para 6,54%, enquanto a estimativa para o PIB recuou de 0,69% para 0,55%.