Mesmo em dia de divulgação do indicador oficial de inflação, o comportamento dos juros futuros nesta sexta-feira, 8, foi determinado pelo dólar. E a moeda norte-americana registrou uma sessão extremamente volátil. No fim, uma grande internalização de recursos, atribuída à Petrobras, pode ter sido fundamental para a queda do dólar, que ajudou os juros a recuarem.
Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2015 (84.960 contratos) marcava 10,85%, exatamente no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2016 (227.025 contratos) apontava 11,41%, de 11,50% na véspera. O DI para janeiro de 2017 (496.465 contratos) indicava 11,66%, contra 11,80%. E o DI para janeiro de 2021 (92.015 contratos) mostrava 11,87%, de 11,97%.
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou julho com alta 0,01%, ante uma variação de 0,40% em junho, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de uma taxa de 0,03% a 0,17%, com mediana de 0,09%. No ano, o IPCA acumulou uma alta de 3,76%. Em 12 meses, a taxa ficou em 6,50%, no teto da meta estipulada pelo governo.
Após terem subido bastante nos últimos dias, as taxas futuras tinham espaço para cair, mas a alta do dólar durante boa parte da manhã segurou esse movimento. Foi só perto do início da tarde, quando traders observaram a entrada de US$ 1,5 bilhão relacionados à Petrobras, que o dólar se firmou no território negativo, permitindo também a retração dos juros.
Hoje, a FGV revelou que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) acelerou para 0,16% na primeira quadrissemana de agosto, informou nesta sexta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado ficou 0,06 ponto porcentual acima do registrado na quarta leitura de julho, quando o indicador apresentou alta de 0,10%. O dado de hoje interrompe uma sequência de 11 leituras consecutivas de desaceleração.
Já o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, afirmou hoje que a transferência do câmbio para a inflação está muito baixa no Brasil. “Essa relação não é direta e linear, e não necessariamente imediata”, disse, acrescentando que não há clareza ou precisão sobre a relação entre o câmbio e a inflação.