O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta-feira, 05, fiscalizar aquisições e alienações de ativos feitas pela Petrobras. Em 60 dias, a área técnica da corte vai elaborar um plano de ação para que essas transações sejam acompanhadas.
Entre 2009 e 2014, segundo relatório do tribunal, a Petrobras fez 149 operações de compra e venda de ativos, sendo 51 aquisições, 48 alienações e 33 incorporações.
Os auditores constataram que, com a crise financeira da empresa e a necessidade de investimentos para a exploração no pré-sal, tem crescido a quantidade de operações de venda. Desde 2012, por exemplo, a estatal levantou R$ 23,4 bilhões com a venda de participação em diversas empresas.
O ministro Vital do Rêgo, relator do processo, justificou, com base nos números, que os valores levantados nas operações são insuficientes para recuperação da estatal e indicam que haverá novas alienações. Ele citou a intenção da estatal, anunciada recentemente, de abrir o capital da BR Distribuidora, considerada por analistas uma das joias da coroa da companhia. Especula-se que a operação poderá aportar R$ 25 bilhões para o caixa da empresa.
Ao justificar a necessidade de fiscalizar os negócios, o relator explicou que, recentemente, a companhia reavaliou ativos, tendo em vista o superfaturamento detectado na Operação Lava Lato, da Polícia Federal. “Só por conta dos empreendimentos da Diretoria de Abastecimento (que foi comandada por Paulo Roberto Costa, delator da operação), foram lançadas perdas de US$ 14 bilhões. Para agravar a situação, a companhia viu-se obrigada a realizar os prejuízos do esquema de corrupção investigado”, escreveu Vital do Rêgo em seu voto.