Altas mais brandas no grupo Transportes e no item alimentação no domicílio, com desaceleração em leite e derivados, explicam o fato de o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), de +0,48%, ter vindo abaixo do projetado pela economista Adriana Molinari, da consultoria Tendências. A especialista projetava elevação de 0,52%. “Apesar da surpresa baixista, no entanto, o dado pontual não altera o viés de alta da inflação para o ano”, destacou.
Adriana destaca que a média dos núcleos no IPCA-15 de outubro ficou em 0,50% e que, em termos anualizados, atingiu 6,17%. “Isso indica estabilidade para o IPCA do ano acima de 6%, com variações mensais acima de 0,50% nos próximos meses”, explicou.
Outro fator que reforça o viés negativo para a inflação em 2014 é a quantidade de itens que ficaram mais caros. “Houve piora no índice de difusão, que saiu de 61,13% no IPCA de setembro para 64,3% no IPCA-15 de outubro”, disse Adriana, pontuando que o dado aponta “intensa disseminação na alta de preços”.
O cenário para a inflação no ano continua preocupante, na avaliação da economista. “O fim do ano é um período de aceleração nos preços de alimentos”, explicou.
Indagada sobre se os problemas de escassez de água causados pela estiagem podem contribuir para um aumento da inflação, a economista da Tendências não descartou a possibilidade. “Não está no cenário, mas pode haver um choque de preços de alimentos tendo em vista que o clima continua seco em várias regiões do País”, afirmou.