O empresário Thiago Brennand é alvo de novas denúncias de estupro, cárcere privado, agressões físicas e abuso psicológico contra duas mulheres europeias. Ele já é réu em nove processos e está há dois meses preso pela Polícia Federal.
Os casos teriam acontecido entre 2015 e 2018, quando ambas as vítimas conheceram Brennand na Europa e depois vieram morar com ele em São Paulo. Segundo as vítimas contaram ao <i>Fantástico</i>, da <i>TV Globo</i>, elas eram constantemente vigiadas, proibidas de saírem sozinhas e impedidas de manter contato com amigos ou familiares.
Ambas acusam Brennand de agressões sexuais, físicas e psicológicas, além de terem sido forçadas a tatuarem a assinatura e o brasão da família do empresário, que segundo elas considerava o ato uma forma de “marcar território”. Uma das mulheres também afirma que ele se gabava da prática e mantinha uma pasta com fotos de outras vítimas “carimbadas”, como dizia, além de obrigá-la a mostrar a tatuagem para outras pessoas.
“Ele gostava de se gabar disso, dizendo que eu era mais uma mulher marcada”, disse uma das vítimas ao <i>Fantástico</i>. Hoje com 26 anos, ela tinha apenas 19 quando começou a se relacionar com o empresário. “A pressão era tão grande que na época achava melhor me submeter a isso.”
“Ele me estuprou, me bateu, me chutou, atirou objetos, sapatos, me sufocava, batia na minha cabeça e no peito. Não sei o que teria acontecido se tivesse ficado com ele mais tempo”, disse a outra mulher, que depois de cinco meses teria conseguido escapar de Brennand e fugido para o aeroporto.
As duas mulheres foram ouvidas pelo Ministério Público de São Paulo, que investiga os casos.
Brennand, que ainda não é formalmente investigado pelos supostos crimes contra essas duas mulheres, responde a outros processos por estupro, ameaça, lesão corporal, corrupção de menor, cárcere privado, calúnia, injúria e difamação. Ele se tornou alvo da Justiça depois de agredir e ameaçar uma modelo em uma academia de ginástica de São Paulo – as agressões foram registradas pelas câmeras de monitoramento.
O empresário foi preso nos Emirados Árabes Unidos, mas pagou fiança e permaneceu oito meses naquele país, sob custódia das autoridades locais. Após um longo processo de extradição, Brennand foi trazido ao Brasil pela Polícia Federal. O empresário está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na capital paulista.
A reportagem tentou contato com o advogado de Thiago Brennand, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.