Estadão

Tite critica gramado do Engenhão e minimiza clima tenso com a Colômbia

Após demonstrar preocupação com o gramado do Engenhão na véspera do jogo, Tite classificou de "inadmissível" a qualidade do campo em que a seleção brasileira sofreu para vencer a Colômbia, por 2 a 1, na noite desta quarta-feira, pela fase de grupos da Copa América. O treinador fez coro com Neymar, que há havia criticado o gramado, assim como Lionel Messi e o técnico da Argentina, Lionel Scaloni.

"Temos que entender o jogo dentro de um contexto", disse Tite, ao iniciar sua avaliação do jogo. "Um campo que não vou chamar de horrível, mas muito ruim para se jogar futebol, prejudica todo o espetáculo. Quem quer criar, não consegue. É inadmissível que duas equipes de alto nível, que jogadores que jogam na Europa, virem jogar num campo nessas condições."

Para o treinador, a qualidade do futebol apresentado pelas duas seleções foi afetada diretamente pelo estado do gramado. "As jogadas ficam picotada, a bola fica nervosa. A fluência das jogadas fica toda prejudicada. Em vez de dar um tempo, dá dois, três. Se pegar todo os atletas do Brasil, vão falar quase que a mesma coisa. Temos que dar condições para se ter um grande espetáculo. Ficou muito prejudicado."

Tite minimizou o clima quente que dominou quase toda a partida disputada no Engenhão. Jogadas mais ríspidas, faltas duras, bate-bocas se tornaram frequentes no segundo tempo, principalmente depois que o Brasil empatou o placar aos 32 minutos, com Roberto Firmino. Os colombianos pediram que o lance fosse anulado porque a bola acertou o árbitro argentino Nestor Pitana e voltou ao ataque brasileiro, que aproveitou a desatenção do rival para marcar.

"Prefiro olhar sob o prisma de que não comprou briga com ninguém. Temos adversários do outro lado. A Colômbia, ao longo da história, tem tido qualidade grande, um dos mais difíceis que temos enfrentado. O golaço da Colômbia mostra a qualidade que têm, um voleio que o Bebeto vai olhar e achar parecido", comentou Tite.

Sem citar as faltas duras dos colombianos, o treinador afirmou que a seleção soube jogar sem jogadas desleais. "Não estivemos comprando briga com ninguém, isso é jogo de futebol. Se pegar os 95 minutos e me mostrar uma falta desleal do Brasil… Eu desafio que alguém me mostre uma jogada desleal. Competimos de forma leal para buscar o resultado, botar volume com as adversidades que temos, o campo, entrando os jogadores. Quando comemoramos, comemoramos juntos."

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