A pandemia do novo coronavírus provocou uma perda generalizada de postos de trabalho no trimestre encerrado em agosto. Desta vez, os mais impactados foram os trabalhadores formais, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE).
Entre as 4,270 milhões de vagas perdidas no trimestre encerrado em agosto, 1,254 milhão eram ocupações informais, o que significa um recuo de 3,9% no contingente de trabalhadores atuando na informalidade no País.
"Nesse trimestre encerrado em agosto, a perda da ocupação não está sendo encabeçada pelos trabalhadores formais", constatou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
No trimestre encerrado em agosto, 29% das vagas fechadas eram informais. Ou seja, 71% dos postos de trabalho perdidos eram formais. No trimestre terminado em maio, os informais respondiam por 74% das dispensas, enquanto os formais somavam os 26% restantes.
"O informal tem contribuído menos (para a redução da ocupação), mas não significa que não esteja mais havendo perda de trabalho informal", ponderou Adriana, explicando que todos perdem emprego, mas no trimestre encerrado em agosto, os trabalhadores formais perderam mais.
O País alcançou uma taxa de informalidade de 38,0% no mercado de trabalho no trimestre até agosto, com 31,043 milhões de trabalhadores atuando na informalidade.
Houve demissão de 463 mil pessoas sem carteira de trabalho no setor privado no trimestre encerrado em agosto. Em um ano, a redução foi de 3,041 milhões de vagas.
Outros 894 mil trabalhadores por conta própria perderam suas ocupações no trimestre encerrado em agosto. Ante o mesmo período do ano anterior, 2,773 milhões de pessoas deixaram de trabalhar nessas condições.
Mais 2,036 milhões de vagas com carteira assinada no setor privado foram extintas em um trimestre. O total de vagas formais no setor privado desceu a 29,067 milhões, menor patamar da série. Em um ano, 3,975 milhões de postos de trabalho com carteira assinada no setor privado foram extintos.
"(A carteira assinada) É uma categoria de emprego que continua sendo muito afetada", ressaltou Adriana.
Outros 473 mil trabalhadores domésticos perderam seus empregos em um trimestre. O trabalho doméstico caiu ao piso da série, ocupando 4,559 milhões de pessoas, menos 1,728 milhão de vagas em um ano.
Houve uma perda ainda de 130 mil empregadores em um trimestre, e o setor público tem menos 343 mil ocupados no período.