Apesar da crise financeira, a Universidade de São Paulo (USP) melhorou na edição 2015 do ranking de reputação acadêmica da revista Times Higher Education (THE), uma das principais referências no mundo em medição da qualidade do ensino superior. A lista foi divulgada nesta quarta-feira. A instituição, única brasileira no top 100, saltou do patamar 81-90 para a faixa 51-60 em relação a 2014.
Na lista, as universidades são mencionadas por posição até o 50.º lugar e, depois, enquadradas em grupos de dez até o 100º. O ranking existe desde 2011, mas a USP apareceu pela primeira vez no ano seguinte. A elite de 2015, como nas edições anteriores, é formada por instituições dos Estados Unidos e do Reino Unido. O topo é da americana Universidade Harvard, seguida de Cambridge e Oxford, inglesas. A Universidade Autônoma do México, no patamar 71-80, é a única outra latino-americana da lista.
Para medir a reputação, o ranking considera pontos como participação em projetos internacionais ou atração de professores e alunos. Foram dadas 10.507 respostas de especialistas de 142 nações.
O reitor da USP, Marco Antonio Zago, disse acreditar que a crise não pesou nos rankings. “Se mantivermos controle rígido sobre os gastos, em especial com a folha de pagamento, não sofreremos perda de qualidade”, afirmou. Para ele, o resultado é fruto de “conhecimento mais amplo da qualidade da produção científica da USP” e “maior trânsito internacional de pesquisadores e egressos da universidade”.
Segundo Phil Baty, editor da THE, um ajuste metodológico ajudou no progresso da USP. Neste ano, os questionários foram distribuídos em mais línguas e participaram mais especialistas sul-americanos. “Também acredito que tem havido maior atenção global ao Brasil recentemente”, diz. “E o Ciência sem Fronteiras certamente ajudou mais instituições a desenvolver laços com o Brasil e entender a força do País na educação superior”.