Economia

Vale sobe e ameniza perda da Bovespa

O mercado de renda variável teve um pregão de certa instabilidade, com alternância de altas e baixas, com as atenções divididas entre fatores internos e externos. O Índice Bovespa acabou por fechar em queda de 0,32%, aos 64.149,57 pontos. O volume de negócios somou R$ 7,53 bilhões.

Com fortes altas, as ações da Vale voltaram a ser protagonistas do pregão. Responsáveis por mais de 20% dos negócios na bolsa, Vale ON e PN subiram 5,04% e 3,33%, refletindo a expectativa de um acordo de acionistas que leve à unificação de ações. Bradespar PN, acionista da Vale, disparou 6,65% e liderou os ganhos do Ibovespa. Na ponta contrária, estiveram os bancos, que passaram por correções durante todo o dia, após as fortes altas da véspera. Itaú Unibanco PN caiu 0,78% e Bradesco PN, 1%.

“Novamente a Bovespa teve um pregão de uma única ação, que se chama Vale. A alta dos papéis da mineradora compensou em boa parte a correção de outras ações”, disse Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora. Para ele, o mercado seguiu bastante atrelado a commodities, apesar da expectativa com a agenda do dia. “O investidor acompanha a divulgação de dados e os discursos de dirigentes do Fed, mas o que mais interessa é mesmo o discurso de posse de Donald Trump e suas possíveis sinalizações para a política econômica”, disse.

A divulgação do Livro Bege, às 17h teve efeito bastante pontual nos negócios por aqui. O documento, que é um relatório sobre as condições da economia norte-americana, apontou expansão modesta na maioria das regiões dos Estados Unidos, mas reconheceu intensificação das pressões inflacionárias. As afirmações do documento elevaram os juros dos títulos do Tesouro dos EUA, pressionaram o dólar para cima e aceleraram levemente a baixa do índice Dow Jones. Foi nesse momento que o Ibovespa definiu o viés negativo que, segundo operadores, já vinha se desenhando.

O discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, teve início às 18h e não chegou a influenciar os negócios, que já estavam nos ajustes de fechamento. Entre as ações que compõem a carteira teórica do Ibovespa, as maiores quedas ficaram com Cyrela ON (-5,39%), Ecorodovias ON (-4,15%) e Eletrobras ON (-3,96%).

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