Já ouviu alguém se referir a algo ou a alguma coisa como sendo inovador? O que é essa tal de inovação? As definições são muitas e as visões, também. Uma das minhas definições favoritas no nível empresarial é a utilizada pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusets): “Inovação é tudo aquilo que pode melhorar o IMPACTO ou a COMPETITIVIDADE de uma empresa ou negócio”.
Impacto é tudo que se refere à razão de ser de um negócio, é a forma como uma empresa pode mudar ou influenciar positivamente uma comunidade. Alguns gostam de fazer uma analogia como sendo a pegada que um empreendimento deixa no ambiente em que está inserido. Portanto, melhorar o impacto é agregar mais valor a aquilo que a empresa oferece e representa.
Vou dar um exemplo. O Google é um mecanismo de busca, então, melhorar o impacto dele pode ser algo como tornar o processo de busca na internet mais eficaz, mais simples ou até mais rápido.
Competitividade, como eu comentei numa coluna anterior (clique e leia), se refere ao desempenho de um negócio comparado ao de seus concorrentes e o mercado. Enquanto o impacto define a razão de existir de uma empresa, a competitividade representa a forma como um negócio cresce e se mantém no mercado.
Utilizando novamente o exemplo da Google, tornar o negócio mais competitivo poderia ser algo como implantar uma melhoria que atraísse mais empresas para investir nas ferramentas de publicidade da Google ou atrair mais pessoas a utilizar o Google como mecanismo de busca.
Essa visão tem como objetivo nos orientar a como identificar e tratar uma inovação. Um princípio básico é que toda inovação gera uma mudança, ela pode ser pequena ou grande, mas quase sempre ela impacta a forma como nos relacionamos com nossos clientes, como fechamos parcerias e como lidamos com nossos produtos.
Além disso, a inovação é tradicionalmente dividida em 3 tipos: Incremental; Radical; e Disruptiva ou Revolucionária.
A inovação incremental é caracterizada como uma mudança que traz somente uma melhoria de um processo, tecnologia ou produto já existente. Um bom exemplo é a indústria automotiva, apesar de esta ter evoluído muito nas últimas décadas, a tecnologia – na maioria dos casos – permanece o mesma, um veículo movido por um motor de combustão interna, portanto as inovações são tecnicamente incrementais, como a mudança de design, desempenho ou conforto.
A inovação radical se apresenta como algo que pode gerar uma nova tecnologia ou processo, algo que não existia antes e que gera impacto e competitividade para uma empresa. Como um novo produto ou uma nova forma de negócio em um mercado já existente, esse tipo de inovação se torna referência. Exemplos de inovação radical são negócios como Facebook, Google e Instagram, apesar de já haver empresas semelhantes no momento em que entraram no mercado, o modelo de negócio destas são completamente novos e visionários.
Por fim, temos a inovação disruptiva ou revolucionária, termo criado pelo professor de Harvard Clayton Christensen. Ele se refere a produtos que têm a capacidade criar mercados completamente novos. Isto é, o produto ou negócio é tão revolucionário que muitas vezes ele cria oferta que ainda não tem uma demanda. O Ipad da empresa Apple é considerado uma inovação disruptiva, pois não havia uma demanda do mercado por este tipo de produto – algo entre um computador e um smartphone – ele então criou um novo nicho de mercado e começou a ser copiado por outras empresas.
Um dos revezes da inovação disruptiva é que, em geral, ela não é adotada pelo mercado rapidamente, então tende a ser um fracasso, em um primeiro momento, em termos comerciais. Agora nós temos que falar um pouco sobre a adoção de novos produtos, mas isso fica para um próximo artigo.
Fernando Domingues é gerente de Marketing do Colégio e Faculdade Eniac