Economia

Venda de material de construção cai 9,6% em novembro, diz Abramat

As vendas da indústria de materiais de construção continuam em trajetória de queda no ano, influenciadas pela retração do mercado imobiliário e pelo desempenho fraco das obras de infraestrutura.

As vendas em novembro caíram 9,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já em relação a outubro, o recuo foi de 9,0%, de acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira, 19, pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).

A comercialização de materiais no acumulado de janeiro a novembro deste ano apresentou queda de 7,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Os números são deflacionados.

Diante da deterioração do cenário, a previsão da Abramat para o fechamento do ano foi revisada pela quinta vez e agora aponta para uma queda de 7,0% no faturamento em relação a 2013.

A associação iniciou o ano esperando alta de 4,5% nas vendas. O primeiro corte na projeção ocorreu em maio, quando baixou para 3,0%. A expectativa de expansão foi mantida, pois a associação acreditava na recuperação das vendas nos meses seguintes. No entanto, a melhora não ocorreu. Em julho, houve nova revisão para alta de 2,0%, em setembro, para +0,5%, e em outubro, para -4,0%.

“O resultado deste ano foi duramente afetado pelo pessimismo das famílias e dos empresários com relação à economia, reforçado pela perda de dias úteis em função da Copa e feriados, bem como pelo aumento nas importações”, afirmou em nota o presidente da Abramat, Walter Cover.

A pesquisa mostrou que, no mês de novembro, as vendas de materiais de básicos continuaram a apresentar quedas maiores que as vendas dos materiais de acabamento. Isso indica que há mais obras em fase de entrega do que em estágio inicial, sinal de desaquecimento do mercado imobiliário.

Os materiais básicos tiveram queda de 10,4% nas vendas em novembro ante o mesmo mês do ano passado, e recuaram 9,0% em relação a outubro deste ano. Já os materiais de acabamento, de 8,0% e 8,3% nas mesmas bases de comparação, respectivamente.

“O mercado de materiais de base sofreu mais que os de acabamento devido à forte retração no segmento imobiliário, bem como nos novos investimentos públicos e privados”, disse Cover.

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