Apesar de considerar louvável a entrega de 20 veículos BRT Bus Rapid Transit pela empresa Vila Galvão para serem integrados ao sistema de transporte público de Guarulhos, o vereador Maurício Brinquinho (PT), que também é presidente do Sincoverg (Sindicato dos Motoristas e Cobradores), faz algumas críticas, já que considera que a cidade não está devidamente preparada.
Em tese, o sistema BRT proporciona a população uma melhoria na mobilidade urbana, com mais conforto, rapidez, segurança e eficiência. Os 20 veículos foram entregues no início de dezembro pelo prefeito Sebastião Almeida (PT), porém só devem entrar em operação no final de janeiro, já que ainda são necessárias diversas adaptações nas vias locais.
Durante a cerimônia de entrega, Brinquinho adiantou que a categoria estava feliz com a compra dos novos ônibus, porém seria necessária uma conversa com o sindicato para que pequenas pendências fossem resolvidas. Ele lembrou que Curitiba – onde o sistema foi implantado pela primeira vez no Brasil – se tornou exemplo, pois investiu primeiro em infraestrutura para depois adquirir os coletivos.
Segundo Brinquinho, atualmente um ônibus roda na cidade uma média de 12 km/h, enquanto o necessário para conforto e menor tempo de espera nos pontos seria de aproximadamente 27km/h. “Um maratonista corre 19km por hora. Se ele sair do Jardim Fortaleza hoje correndo para o centro de Guarulhos, ele chega antes do ônibus”, explicou.
Brinquinho ainda apontou duas questões. “A falta de corredores de ônibus é preocupante já que os novos modelos, além de levar um número superior de passageiros, possuem quatro portas e não têm utilidade nas vias atuais”. Outro ponto é a falta de segurança. Ele relembra os recentes ataques a ônibus que aconteceram na cidade nos últimos meses. “Colocar fogo em ônibus se tornou uma coisa banal. Estes novos ônibus terão 180 lugares, com pessoas de todas as idades e algumas com dificuldade na mobilidade. Temos que pensar na segurança delas e dos cobradores e motoristas”, explicou.
O Sincoverg pede também um reajuste salarial para os motoristas que estão em fase de treinamento para dirigir os novos ônibus. Segundo Brinquinho, estes funcionários precisaram aumentar a categoria em suas Carteiras Nacionais de Habilitação para se tornarem aptos a dirigi-los. “Além disso, os motoristas terão mais responsabilidade e tempo de viagem”.