Os vereadores guarulhenses encerraram nesta quinta-feira as atividades parlamentares do semestre sem instituir uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar as causas das 14 mortes no Hospital Municipal da Criança (HMC) em dois meses. No mesmo dia, também completou um mês da interdição da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital pelo Centro de Vigilância Sanitária (CVS), órgão vinculado ao Governo do Estado.
Após o HOJE publicar duas edições com os rostos dos vereadores contrários a CEI, pelo menos seis parlamentares comentam nos bastidores que podem assinar o documento. Mesmo assim, ontem o número de assinaturas permanecia oito em 34. São necessárias 11 assinaturas para instaurar a comissão. Com o início do recesso, a investigação pode começar somente em agosto.
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A Secretaria Municipal da Saúde nega que os óbitos tenham relação com qualquer infecção hospitalar ou alguma das falhas apontadas pelo CVS na UTI. Tanto a secretaria como o próprio HMC instauraram sindicâncias para apurar as mortes. A UTI – que seria reformada em 10 dias – continua sem prazo para ser reaberta.
Em 1998, quando Nefi Tales era prefeito de Guarulhos, a Câmara Municipal instaurou uma CEI para investigar oito mortes na UTI do HMC. Na época, não se constatou falhas por parte da Prefeitura que pudessem contribuir para os óbitos.
IGREJA – A Paróquia Nossa Senhora de Fátima, da Vila Fátima, encaminhou ofício à Câmara Municipal em 15 de junho solicitando urgência na investigação das mortes no HMC. O documento, assinado pelo padre Tarcísio Anatório de Almeida e por integrantes do conselho paroquial, pede que os vereadores "cumpram o seu papel de fiscalizar, apurar os fatos e tomem as providências cabíveis".
O sacerdote diz que os parlamentares precisam descobrir se as falhas na UTI contribuíram com as mortes, até para evitar que os casos se repitam. "Eu sou a favor que haja investigação, independente de uma comissão parlamentar de inquérito", afirma. Ele conta que não recebeu qualquer retorno da Comissão de Higiene e Saúde Pública da Câmara Municipal sobre a demanda.