O vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, se manifestou sobre a denúncia de que usuários de drogas da região da Cracolândia teriam sido levados para Guarulhos em vans. A acusação, divulgada nas redes sociais do padre Júlio Lancellotti, repercutiu amplamente na imprensa local e nacional ao longo da semana.
Ramuth considerou a denúncia uma desvalorização do trabalho dos servidores públicos, que, segundo ele, limpam a área três vezes por dia e deslocam os moradores com cuidado. Ele também apontou que há um desrespeito com as ações contínuas da Prefeitura de São Paulo e do Governo do Estado, que vêm realizando encaminhamentos para tratamento desde 2022.
O vice-governador reforçou que a denúncia precisa ser apurada até o fim e defendeu que o padre Júlio Lancellotti, autor da denúncia, seja responsabilizado. Segundo Ramuth, o caso vai além de ideologias e partidos políticos, pois envolve pessoas em alto grau de vulnerabilidade.
Entenda o caso
Desde quarta-feira (14), a Rua dos Protestantes, tradicional ponto de concentração da Cracolândia, na região central de São Paulo, amanheceu praticamente vazia. Moradores da área relataram que os usuários de drogas se deslocaram para outras regiões do centro, como o Minhocão, Santa Cecília e outras avenidas.
Em nota à imprensa, a Prefeitura de Guarulhos informou que recebeu com preocupação e cautela a denúncia de que dependentes químicos teriam sido levados e abandonados na cidade. A administração municipal também afirmou que mobilizou as secretarias de Segurança Pública, com apoio da Guarda Civil Municipal, e de Desenvolvimento e Assistência Social para averiguar a situação e, se confirmada, tomar as medidas cabíveis.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, também se posicionou sobre o caso em conversa com a imprensa nesta sexta-feira (16). Nunes refutou a possibilidade de que o transporte tenha ocorrido, classificando a acusação como descabida, infundada e absurda. Ele afirmou que vai conversar com o prefeito de Guarulhos, Lucas Sanches, para esclarecer a situação e reforçou que tudo teria começado com a postagem de Lancellotti, que relatou ter recebido uma mensagem de uma pessoa que não conhece.
Segundo Nunes, a gestão municipal não autorizaria esse tipo de ação e, caso alguém de sua equipe tenha agido de forma inadequada, o caso será apurado.
“Eu não falei com o Lucas (prefeito de Guarulhos), eu tenho sempre bastante contato com ele, deve ter algum erro de comunicação, tenho certeza que o prefeito não faria uma coisa dessas. A gente, às vezes, tem pessoas no nosso time que acabam fazendo coisas impensadas. Até porque isso surgiu de onde? Surgiu de um ato irresponsável do padre Julio Lancelotti publicar na rede social dele que ele teria recebido uma mensagem de alguém que ele não conhece.”, afirmou o prefeito de São Paulo.
