Cidades

Violência Contra a Mulher – Cidade tem casos polêmicos de suposto assassinato por ex-namorados

Mércia Nakashima e Denise Quioca são exemplos que repercutiram nacionalmente

Duas guarulhenses de 28 anos bonitas, aparentemente felizes, sorridentes, com sonhos, desejos, amadas por suas famílias e com inúmeras possibilidades de vida. Apesar das virtudes, a vida de ambas foi interrompida. Ambas foram supostamente mortas pelos ex-namorados e se tornaram conhecidas no Brasil inteiro. A advogada Mércia Nakashima e a delegada Denise Quioca viraram referência em casos de violência extrema que pode ser cometida por ex-companheiros.

Na próxima sexta-feira, o Fórum de Guarulhos decidirá se o ex-investigador Fábio Agostino Macedo, 33 anos, irá a jurí popular. Ele é réu confesso no assassinato de Denise no dia 23 de dezembro, dentro do 1o Distrito Policial (DP) de Guarulhos. A delegada levou 17 tiros durante um plantão.

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Amanhã completa um ano que o corpo de Mércia foi encontrado boiando na represa de Nazaré Paulista. De lá para cá, a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado (MPE) de São Paulo acusaram o ex-namorado dela, o policial militar reformado e advogado Mizael Bispo de Souza, 40, de tê-la matado em 23 de maio de 2010, com o auxílio do vigia Evandro Bezerra Silva, 39. Ela teria sido baleada no queixo e morrido afogada, dentro do próprio carro que foi jogado na represa de Nazaré Paulista.

A gerente Andressa Quioca, 35, irmã de Denise, afirma que a família ainda sofre com a morte da delegada. Ela contou que Denise e Macedo namoraram por oito anos, mas ela desistiu dele em 2009 porque ele não queria casar. Ele teria invadido o carro dela e a agredido em um hotel, o que fez com que ela ingressasse com denúncia contra o investigador na Corregedoria da Polícia. No dia 9 de dezembro ele foi expulso da polícia.

"A minha irmã estava noiva, com apartamento comprado, com buffet contratado. Ela estava feliz que ele tinha sumido", conta Andressa. A gerente explica que a irmã aguentou por meses ameaças do ex-namorado. Macedo dizia que mataria familiares de Denise, o que a deixava com medo. "Ela queria ver ele com outra pessoa e feliz. Não queria confusão", afirma.

O assessor parlamentar, Márcio Nakashima, 33, irmão de Mércia, conta que a família ainda não se conforma com o crime cometido. Ele acredita que a impunidade é o que contribuiu para que ex-namorados continuem cometendo crimes. "O Mizael está foragido, não é encontrado pela polícia, mas recebe salário da polícia. É um absurdo", afirma.

Segundo Ivon Ribeiro, advogado de Mizael, as denúncias contra o cliente dele são falsas. Já o advogado Alexandre de Sá, que defende Macedo, afirma que o ex-investigador teve um relacionamento conturbado com Denise, o que não justifica o assassinato, mas poderá contribuir para redução de pena.

Uma última curiosidade entre Denise e Mércia. O advogado que defende o assassino de Denise é o mesmo que presta serviços à família de Mércia. Na opinão dele, não há conflito de interesses, já que a única semelhança entre os casos é que as duas mulheres morreram. "Tenho 15 anos na área criminal. O assassinato da Mércia foi preemeditado, diferente do que aconteceu no caso do Fábio", afirma.

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