Cidades

Violência Contra a Mulher – Vítimas de tráfico querem Comitê de Políticas Públicas

Geralmente sofrendo chantagens, exploração envolve de trabalhos forçados a prostituição

Fechada, sem querer falar do passado e com aparente angústia. Essa foi a situação vivenciada por uma jovem de 21 anos que saiu do Tocantins em direção à Suíça no ano passado com a proposta de ser babá e, chegando lá, teve o passaporte retido e foi obrigada a fazer programas numa casa de prostituição. Ela retornou ao Brasil e, antes de voltar à família, foi atendida por três horas no Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante do Aeroporto de Guarulhos, mantido pela Prefeitura.

Casos como o da jovem citada e de outras que nem contato com a família conseguem, fizeram com que a Prefeitura de Guarulhos projetasse para o próximo semestre a criação de um Comitê Municipal de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. O órgão terá a atribuição de integrar os serviços às vítimas de tráfico. Em geral, as mulheres saem dos estados de origem com destino aos países europeus – principalmente Portugal, Espanha e Suíça – com propostas tentadoras de trabalho, passagens aéreas pagas, bom salários, mas são encaminhadas à prostituição.

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Traficantes retém os documentos das mulheres e ameaçam matar familiares delas, o que as deixam com medo de fugir e procurar as autoridades. Desde 1998, a Associação Brasileira de Defesa da Mulher da Infância e da Juventude (Asbrad) iniciou os primeiros atendimentos às mulheres vítimas de exploração sexual. Em março do ano passado, o serviço foi transferido para a Prefeitura de Guarulhos. Em dezembro, o atendimento do posto passou a tempo integral.

Até setembro, a Asbrad concluirá a formação de 80 agentes para que prossigam com o atendimento às mulheres e outras demandas do exterior. Segundo o secretário municipal de Assistência Social e Cidadania, Ulisses Corrêia, o posto encaminha as pessoas como medida de prevenção para evitar novos problemas para a cidade. "Sem atendimento, essas pessoas podem ficar vagando pelo Centro".

Segundo a presidente da Asbrad, Dalila Figueiredo, mulheres devem tomar cuidado com propostas de trabalho ou de casamento que venham de fora do país. "As organizações criminosas se utilizam dos sonhos e mutas oportunidades aparecem na Internet" orienta.

Não caia na rede de traficantes

1 Cuidado com desconhecidos que prometem ótimos empregos no exterior;
2 Desconfie de casamentos arranjados por agências internacionais;
3 Verifique a seriedade de agências de modelos e de empregos;
4 Informe-se, ainda no Brasil, como evitar uma situação de permanência irregular em outro país


Antes de viajar ao exterior

1 Deixe seus contatos no exterior com a família ou amigos;
2 Anote endereço e telefone de embaixadas e consulados;
3 Tenha sempre original e cópia do passaporte e demais documentos;
4 Não entregue seus documentos, inclusive o passaporte a ninguém;
5 Busque informações na Central de Atendimento à Mulher por meio do número 180


Você pode ser considerado
vítima de tráfico de pessoas se:

1 Tiver os documentos retidos, incluindo o passaporte;
2 For impedido de circular livremente;
3 For obrigado a trabalhar de forma desumana;
4 For obrigado a pagar dívidas de que desconhecia;
5 Se casar com alguém que o obriga a exercer tarefas domésticas;
6 For explorada sexualmente com chantagens e ameaças


Papel da Embaixada do Brasil

1 Representar o Brasil nos respectivos países;
2 Disponibilizar informações sobre direitos, deveres e proteção social aplicáveis aos cidadãos brasileiros em cada país;
3 Exercer as condições para providenciar a cooperação com o país onde você se encontra

Fonte: Ministério da Justiça

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