Economia

Volátil, dólar cede com dados da China, mas cautela ampara R$ 3,40

O dólar subiu pontualmente frente o real na manhã desta sexta-feira, 13, mas já retomou a queda que marcou a abertura da sessão, sem perder o nível dos R$ 3,40 até a publicação desta matéria.

A inversão de sinal do dólar para o lado positivo demonstra a persistência de um pano de fundo de cautela antes do fim de semana. Estão no radar dos agentes locais uma pesquisa eleitoral Datafolha, esperada para Domingo (15) mas que eventualmente poderá já ser conhecida neste sábado, 14, além de dúvidas sobre os desdobramentos da crise geopolítica envolvendo à Síria e também em relação á disputa comercial entre os Estados Unidos e a China.

Mais cedo, o presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, afirmou nesta sexta que a instituição pode ter que apertar a política monetária mais do que o que se reflete, atualmente, na previsão mediana dos dirigentes no gráfico de pontos. O banco central acredita em um total de três elevações nos juros neste ano, seguidas de mais três em 2019.

Em um discurso na Câmara de Comércio de Boston, Rosengren, que não tem direito a voto nas reuniões de política monetária neste ano, disse acreditar que o mercado de trabalho pode apertar mais do que os dirigentes do Fed pensam e comentou que a inflação deve ficar um pouco mais forte.

“Abriu em queda ante o real, em linha com o desempenho fraco da divisa dos Estados Unidos frente a outras moedas de países emergentes e exportadores de commodities após o firme aumento das importações de petróleo e cobre pela China em março e no primeiro trimestre”, disse um operador de uma corretora de câmbio.

Mesmo em baixa, o dólar sustentou-se no nível de R$ 3,40, retomado na tarde de quinta, 12, uma vez que o forte superávit comercial chinês com os Estados Unidos nesses períodos apoiam receio de uma guerra comercial entre as duas potências econômicas.

Na avaliação do economista Ding Shuang, do Standard Chartered, a política fiscal expansionista de Washington contrasta com os esforços de desalavancagem de Pequim, o que significa que a rixa comercial entre os dois países tende a piorar, embora o comércio global da China esteja se tornando mais equilibrado.

No primeiro trimestre, o país asiático registrou superávit comercial com os EUA de US$ 58,25 bilhões, o que representa um saldo positivo 19,4% maior em relação a igual período do ano passado.

“O que Trump considera são os dados do comércio bilateral, e não o comércio total da China. Então o número de hoje certamente vai complicar as negociações comerciais para aliviar as tensões”, disse o economista.

Apesar do superávit com os EUA, a China apresentou um inesperado déficit comercial de US$ 4,98 bilhões em março, o que contrasta com o saldo positivo de US$ 33,7 bilhões registrado em fevereiro. Analistas consultados pelo “Wall Street Journal” previam superávit de US$ 19,6 bilhões no mês passado.

Às 9h34 desta sexta, o dólar à vista caía 0,18%, aos R$ 3,4041. Na máxima, pouco antes, registrou R$ 3,4131 (+0,10%) e ,na mínima, R$ 3,4011 (-0,25%). O dólar futuro para maio estava em baixa de 0,31%, aos R$ 3,4070, após registrar máxima aos R$ 3,4180 (+0,01%) e, mínima em R$ 3,4055 (-0,35%).

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