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Wawrinka se vinga de Del Potro e vai à semifinal do US Open pelo 2º ano seguido

O mágico mês de Juan Martin del Potro terminou como começou: com o argentino chorando na quadra. Desta vez, ele enxugou as lágrimas com o jogo ainda sendo disputado. Stan Wawrinka estava prestes a sacar para assegurar o seu triunfo em quatro sets, deixando o exausto Del Potro fora do US Open, quando os torcedores começaram a homenagear o campeão da edição de 2009 do Grand Slam nova-iorquino.

“Olê, olê, olê, Delpo, Delpo!”, cantaram na Arthur Ashe, com Wawrinka esperando para sacar e o juiz de cadeira pedindo silêncio sem sucesso. Emocionado, Del Potro baixou a cabeça e, finalmente, aplaudiu com a raquete.

Na sequência, Wawrinka, o terceiro cabeça de chave, fechou o jogo, iniciado no fim da noite de quarta-feira, em 7/6 (7/5), 4/6, 6/3 e 6/2, se classificando para sua segunda semifinal consecutiva no US Open.

“Eu posso perder o jogo, mas eu nunca vou esquecer isso”, disse Del Potro. “É maior do que qualquer jogo. Eles me fizeram tão feliz esta noite, e eu não me importo com o placar”.

Trinta e dois dias antes, Del Potro jogou sua primeira partida na Olimpíada do Rio, que ele imaginou seria sua única, pois o adversário era Novak Djokovic, o líder do ranking. Depois de três cirurgias no punho esquerdo, o argentino não parecia ter o condicionamento físico ideal para competir com os melhores. Ao menos era o que ele pensava.

Del Potro venceu Djokovic naquela noite. E chorou depois. As vitórias continuaram vindo, assim como as lágrimas, incluindo um triunfo sobre Rafael Nadal que lhe garantiu uma medalha olímpica, que foi seguida pela derrota em quatro sets na decisão para Andy Murray.

Com pouco tempo para descansar após receber uma recepção de herói na volta para a Argentina, o 142º colocado no ranking entrou em seu primeiro US Open desde 2013 como um convidado. A multidão festejou suas vitórias rodada após rodada, como que agradecendo seu retorno após problemas que quase encerraram sua carreira.

Mas ela não foi suficiente para fazê-lo avançar nas quartas de final após 3 horas e 13 minutos em quadra, numa partida que terminou à 1h20, no horário local. Del Potro havia derrotado Wawrinka na segunda rodada de Wimbledon, dando um indicativo de que o argentino poderia ser competitivo novamente. Mas na revanche, o suíço se deu melhor após ajustar suas táticas no terceiro set.

Ele começou a ficar mais para trás nos saques de Del Potro, empurrando o adversário para o fundo da quadra e passando a apostar em ralis longos. Agora, após precisar salvar um match point na terceira rodada, em uma partida de cinco sets, está nas semifinais, nesta sexta-feira, quando vai encarar o japonês Kei Nishikori, o sexto cabeça de chave.

“Não é um jogador com quem eu possa realmente jogar sempre do jeito que eu quero, porque ele é tão agressivo”, disse Wawrinka sobre Del Potro. “Foi importante me manter fortalecido. Eu sabia que seria difícil. Mas estou feliz com a forma como eu estava lutando, comigo mesmo. Estou feliz com a maneira que eu encontrei soluções no terceiro set para conseguir vantagem”.

Talvez se Del Potro tivesse vencido o primeiro set, ele poderia ter prevalecido em três. Ele conseguiu uma quebra no primeiro, mas depois de muitos erros, foi superado em um tie-break que o deixou batendo na sua própria cabeça, frustrado. Foi a primeira parcial que o argentino perdeu no torneio.

Del Potro vai ascender para o Top 65 no ranking na próxima semana, não mais necessitando de convites para os Grand Slams. Ele espera o fim da temporada para afiar seu condicionamento para que possa disputar em igualdade com um jogador como Wawrinka em uma partida de cinco sets.

“Agora eu estou lutando ao mesmo nível que os caras Top, e já venci Djokovic, Rafa. Joguei contra Murray em um grande jogo”, disse Del Potro. “Wawrinka é o número 3 do mundo, e estou lá. Isso significa algo bom para mim. Mas eu preciso continuar trabalhando”.

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