Uma das equipes mais tradicionais da Fórmula 1, a Williams tem um novo dono. Nesta sexta-feira, em um comunicado oficial, a escuderia inglesa anunciou a venda para a Dorilton Capital, um grupo de investimento dos Estados Unidos, após revelar no final de maio passado que estava considerando uma negociação parcial ou total como forma de aliviar a pressão financeira.
Segundo a chefe do time, Claire Williams, filha do fundador Frank Williams, a operação garante o funcionamento e o futuro da organização em um longo prazo. "A Revisão Estratégica foi um processo útil e provou que tanto a Fórmula 1 quanto a Williams têm crédito e valor. Agora chegamos a uma conclusão e estamos muito felizes que a Dorilton é a nova dona da equipe. Quando iniciamos o processo, queríamos encontrar um parceiro que dividia a mesma paixão e valores, e que reconhecia o potencial da equipe, podendo colocá-lo em prática", disse.
A Dorilton Capital é um grupo de investimento privado cuja sede fica em Nova York e tem envolvimento em setores como saúde, engenharia e manufatura. O anúncio confirmou também que não há planos para mudar o nome da equipe ou do chassi, com o novo dono reconhecendo "a importância de respeitar e manter a herança deixada pelos Williams". Não há também planos para realocar a fábrica da equipe de sua base em Grove, na Inglaterra.
"É o fim de uma era para a Williams como uma escuderia familiar (…) mas esta venda garantirá a sobrevivência da equipe e, mais importante, oferecerá o caminho para o sucesso", comentou Claire Williams no comunicado oficial da escuderia inglesa.
Matthew Savage, presidente-executivo da Dorilton Capital, falou sobre a negociação. "Estamos felizes por termos investido na Williams, e estamos muito animados pela perspectiva que o negócio traz. Acreditamos que somos os parceiros ideais para a companhia devido ao nosso estilo de investimento flexível e paciente, que permitirá à equipe focar em seu objetivo de voltar ao topo do grid", afirmou.
A Williams vinha sofrendo com uma grande queda na receita nos últimos anos, devido a uma perda de performance do carro que a levou ao fundo do Mundial de Construtores nas últimas duas temporadas. Mas sua performance tem se mostrado melhor ao longo de 2020. O britânico George Russell e o canadense Nicholas Latifi conseguem rivalizar mais frequentemente com a Haas e a Alfa Romeo, um passo adiante em comparação com 2019.
Para ter mais esperanças de melhora, na última quarta-feira as 10 escuderias da Fórmula 1 aceitaram uma revisão dos acordos que regem a competição desde os anos 1980, o chamado Pacto de Concórdia. As modificações incluem uma distribuição de renda mais equitativa entre as equipes para diminuir a desvantagem nas pistas.