Estadão

Yellen: São pequenas as chances do governo pagar as contas sem aumento do teto

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou, neste domingo, 21, que são "bem pequenas" as chances de o país chegar a 15 de junho com capacidade de honrar compromissos financeiros, se o impasse sobre o teto da dívida não for solucionado a tempo.

Em entrevista à NBC News, Yellen reiterou a estimativa de que o governo pode não ser capaz de pagar as contas já em 1º de junho, caso o limite não seja suspenso ou elevado. "Continuarei atualizando o Congresso, mas certamente não mudei minha avaliação", disse.

As declarações acontecem em meio a sinais de que as negociações para o teto da dívida emperraram. Em coletiva de imprensa no Japão, onde participou da cúpula de líderes do G7, presidente dos EUA, Joe Biden, exortou os republicanos a desistirem de suas exigências "mais extremas", que incluem cortes de gastos que democratas consideram "inaceitáveis".

<b>EUA: Biden e McCarthy marcam reunião</b>

O presidente Biden e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, se encontrarão pessoalmente nesta segunda, 22, enquanto o governo corre contra um prazo iminente para aumentar o limite da dívida dos Estados Unidos antes que os recursos federais se esgotem no início do próximo mês.

Os líderes falaram por telefone neste domingo, quando o presidente volta de viagem ao Japão, onde participou da cúpula de líderes do G7. McCarthy disse a repórteres que a ligação foi "produtiva" e que as negociações seriam retomadas ainda hoje.

Ambos os lados afirmaram que progressos estão sendo feitos, mas que um acordo permanece distante. Para McCarthy, alguns dos impasses podem ser resolvidos. "Mas fui muito claro para ele desde o início. Temos que gastar menos dinheiro do que gastamos no ano passado", defendeu.

O líder republicano acrescentou que "não há acordo sobre nada e que todos nós dissemos nossa opinião sobre onde estamos e estamos tentando encontrar um terreno comum para fazer isso".

Mais cedo, Biden exortou a oposição a abandonar suas "posições extremas" para evitar um calote da dívida pública. O Departamento do Tesouro americano estima que, se o teto não for suspenso ou elevado antes de 1º de junho, poderá ficar sem recursos para honrar obrigações financeiras.

Parlamentares republicanos mantêm exigências de cortes drásticos de gastos, rejeitando as alternativas propostas pela Casa Branca para reduzir o déficit. Já o governo propôs manter estáveis as despesas estáveis, o que economizaria US$ 90 bilhões no orçamento de 2024 e US$ 1 trilhão em 10 anos.

"Acho que podemos chegar a um acordo", disse Biden, embora tenha acrescentado: "Não posso garantir que eles republicanos não forçariam um default fazendo algo ultrajante".

Durante meses, Biden se recusou a se envolver em negociações sobre o limite da dívida, argumentando que os republicanos no Congresso estavam tentando usar o voto sobre o limite de empréstimos como alavanca para extrair concessões do governo em outras prioridades políticas. (COM ASSOCIATED PRESS)

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