Entre os alvos da , deflagrada nesta terça-feira, 16, pela Polícia Federal, no âmbito do inquérito sobre a organização de atos antidemocráticos, estão os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro Allan dos Santos, Luís Felipe Belmonte, e o publicitário Sérgio Lima. A ação desencadeada nesta manhã também mira um político com foro junto ao Supremo, o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ).
Ao todo, A PF faz 21 buscas em cinco Estados e do DF. Leia mais sobre alguns dos bolsonaristas que estão na mira da corporação nesta terça:
<b>Daniel Silveira (PSL-RJ)</b>
Único político com foro junto ao Supremo que é alvo da Polícia Federal na operação desta terça-feira, Daniel Silveira é deputado federal pelo PSL do Rio. Cabo da Polícia Militar, está em seu primeiro mandato como deputado.
Foi durante a campanha de outubro de 2018 que Silveira ficou conhecido por destruir, junto com seu colega de partido Rodrigo Amorim, uma placa de rua que homenageava a vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros em 14 de março de 2018.
Alvo da operação da PF desta terça, Silveira publicou em <a href="https://twitter.com/danielPMERJ/status/1272831921433739264" target=_blank><u>sua conta no Twitter</u></a> pela manhã que a Polícia Federal estava em seu apartamento.
O deputado, que também foi alvo de busca no âmbito do inquérito das fake news, é citado nas investigações sobre autoria e o financiamento de atos antidemocráticos ocorridos no mês passado em todo o País, como mostrou o Estadão.
<b>Allan dos Santos</b>
Empresário e um dos sócios do site conservador Terça Livre, já mencionado nas postagens do presidente Bolsonaro nas redes sociais, Allan Lopes dos Santos é um dos principais blogueiros alinhados com o bolsonarismo.
Alvo da Polícia Federal nesta terça-feira, 16, no âmbito de um inquérito de investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, o blogueiro também é um dos investigados no inquérito das fake news, que apura ameaças, ofensas e notícias falsas disseminadas contra integrantes do STF e seus familiares.
Foi no âmbito do inquérito das fake news que Santos foi alvo de mandado de busca e apreensão em 27 de maio, quando a PF cumpriu ordens judiciais expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, mirando nomes ligados ao gabinete do ódio e aliados do presidente Jair Bolsonaro.
Seguidor do escritor Olavo de Carvalho e crítico da imprensa tradicional, Allan dos Santos foi um dos principais mobilizadores digitais nos ataques contra a repórter Constança Rezende, do Estadão, em março de 2019.
<b>Luís Felipe Belmonte</b>
Empresário e advogado, Luís Felipe Belmonte dos Santos é o segundo vice-presidente e principal operador político do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta tirar o papel. Milionário, Belmonte já foi filiado ao PSDB, fez doações para legendas de esquerda, como PCdoB, e atuou como advogado do empresário Luiz Estevão, que foi condenado a uma pena de 26 anos por fraudes na construção do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.
Conforme mostrou reportagem do <b>Estadão</b>, Belmonte já auxiliou na organização de atos antidemocráticos em Brasília, como o que ocorreu em 3 de maio, um domingo. Na ocasião, o Aliança pelo Brasil foi a ponte, o contato entre as lideranças de grupos e movimentos de direita, que se organizaram para mobilizar os bolsonaristas em todo o País para participarem da manifestação. Em entrevista na época, Belmonte disse que não colocou nenhum centavo no evento, que prestou ajuda apenas como cidadão, e não como representante do partido.
<b>Sérgio Lima</b>
Marqueteiro do Aliança pelo Brasil, Sérgio Lima também foi alvo da operação da Polícia Federal nesta terça-feira. Publicitário, Lima foi uma das pessoas que estiveram presentes na comitiva do presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos em março deste ano, e foi uma das mais de vinte pessoas que testaram positivo para o novo coronavírus após a viagem. Antes da pandemia, Serginho – como é conhecido entre governistas -, vinha sendo incentivado por bolsonaristas a disputar a Prefeitura de SP.
Segundo matéria publicada pelo jornal <i>O Globo</i>, Lima, mineiro que não cursou faculdade e se diz autodidata, foi o responsável pela identidade visual do partido Aliança pelo Brasil, e também pela criação do site da legenda.