O empresário e bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemann, acionista da AB Inbev, dividiu na tarde deste sábado sua visão sobre algumas das empresas que despontam como destaque do mercado americano nos últimos meses. Ele afirmou ter comprado ações da corretora Robinhood e indicou que não pretende vender os papéis da montadora de carros elétricos Tesla comprados pela sua mulher.
Ele fez os comentários em painel da Brazil Conference at Harvard & MIT, evento organizado pela comunidade de estudantes brasileiros de Boston (EUA), em parceria com o Estadão.
Nitin Nohria, ex-decano da Harvard Business School, perguntou a Lemann e Fabrício Bloisi, CEO do iFood, a impressão deles acerca de uma série de empresas e temas, ao qual teriam de responder se seria uma aposta de curto ou longo prazo, como uma espécie de termômetro sobre a confiança de ambos em torno do negócio. Os dois disseram, por exemplo, que a General Motors e a Exxon Mobil seriam de curto prazo.
Lemann também se disse neutro quando perguntado sobre a Amazon, ao levantar dúvidas sobre o tamanho que a empresa de tecnologia adquiriu e as oposições colocadas contra o negócio atualmente. O bilionário também se disse neutro a respeito do Walmart, uma das empresas que inspirou a gestão nas Lojas Americanas e em outros negócios feitos pelo grupo 3G.
Quando questionado sobre a sua visão do Brasil, o empresário explicou brevemente o que está por trás de sua convicção de longo prazo. "É bastante fácil consertar se a gente consegue colocar as pessoas adequadas, uma governança adequada", afirmou Lemann. "Por isso apostamos nas pessoas. Esperamos que elas voltem ao Brasil e que, embora alguns sejam de direita ou esquerda, possam chegar a situações pragmáticas."
Lemann tem iniciativas no terceiro setor para ajudar jovens brasileiros a se formar em faculdades de ponta no exterior por meio de bolsas. Mais recentemente, o empresário estendeu esses projetos do mundo dos negócios para o campo da política, para incentivar a formação de jovens com interesse a ocupar cargos eletivos.