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Festival busca solução para caos no transporte

O público que foi ao Rock in Rio tem mais elogios do que críticas, mas uma reclamação é recorrente: a saída da Cidade do Rock para quem utilizou o BRT, corredor de ônibus anunciado como solução para a locomoção na edição deste ano, foi caótica. Nas redes sociais, há relatos também de furtos dentro e nas imediações do festival e de grande dificuldade para o uso do banheiro feminino, além de reclamações quanto à pouca quantidade de vendedores volantes de cerveja e aos preços cobrados por bebida e comida.

Entre as 2 horas (quando se encerra o Palco Mundo) e as 3 horas, quem saía em direção ao terminal Centro Olímpico, em frente à entrada do Rock in Rio, tinha que se espremer para chegar à passarela ou à rampa de acesso aos ônibus. O afunilamento pelo qual a massa passava deixou as pessoas apavoradas. Chegando ao terminal, quem ia pegar o BRT para o metrô Jardim Oceânico era empurrado em direção à linha que delimita a passagem dos BRTs. Houve empurra-empurra e gritaria.

“Esperei uma hora depois do show e mesmo assim tinha uma multidão para passar por um funil, além de cercas mal colocadas que deixavam a gente mais encurralado. Eu só rezava para as pessoas ficarem calmas e não dar problema. Depois que você entra na multidão, não consegue sair”, contou a gerente de marketing Cecilia Ferreira, de 41 anos. Ela imaginou que o esquema seria tranquilo como o da Olimpíada, realizada no ano passado no mesmo local, e também com o BRT e o metrô como principais opções de transporte.

Segundo a concessionária do BRT, quem planejou o sistema de chegada e saída foi o Rock in Rio. Foram transportadas 190 mil pessoas nos três dias de shows, com ônibus saindo a cada 30 segundos. “É impossível não ter fila num festival em que 100 mil deixam o espaço no mesmo horário”, sustenta a diretora de Relações Operacionais do BRT, Suzy Balloussier.

O festival informou que está estudando a possibilidade de melhorar o escoamento. A organização estimula a extensão da permanência na Cidade do Rock, de modo que as pessoas não voltem para casa todas ao mesmo tempo. Uma opção é esticar num baile comandado por Simoninha no Palco Sunset, a partir das 2 horas; outra é dançar na Tenda Eletrônica, que fecha às 4 horas.

O bancário Pedro Ambrozio, de 29 anos, estimou em 1h30 a saída da área do Palco Mundo até a chegada ao ônibus do BRT. “Muito estressante, foram 3h30 até chegar em casa, na Tijuca. Não tinha um só funcionário nessa confusão do BRT”, disse Ambrozio, que também se ressentiu da falta de água nos bebedouros, de falhas de som no Palco Mundo e da dificuldade para marcar a utilização dos brinquedos, mesmo sendo membro do Rock in Rio Club, que dá benefícios no agendamento. A administradora Fernanda Oliveira, de 40 anos, perdeu 1h30 num simples xixi. “Tinha fila fora e dentro do banheiro. Depois disso, fiquei o resto da noite sem beber nem água.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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