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Morre aos 86 anos o cineasta Roberto Farias

O cineasta Roberto Farias morreu nesta segunda-feira, 14, no Rio, aos 86 anos, confirmou a Academia Brasileira de Cinema (ABC), entidade da qual ele foi um dos fundadores e dirigiu nos últimos onze anos. Ainda não havia, até a publicação desta matéria, informações sobre velório nem sepultamento. Diretor do clássico “O assalto ao trem pagador” (1962), Farias foi também presidente da Embrafilme entre 1974 e 1978, considerada a fase áurea da empresa.

Irmão do ator Reginaldo Farias, ele já vinha com a saúde fragilizada, mas estava em casa. Ainda que debilitado, foi reeleito para a presidência da ABC no mês passado. A causa da morte ainda não foi divulgada pela entidade nem pela família. “Era algo esperado, mas a gente nunca espera de verdade. A gente sempre imagina uma saída no fim do túnel”, lamentou seu vice na ABC, Jorge Peregrino. Ele lembrou a importância de Farias na Embrafilme num momento em que o cinema nacional se consolidava nas telas.

“Perde o cinema e perdemos um cara que fez muito pelos filmes brasileiros. Trabalhamos juntos na Embrafilme. Era um artista, um diretor reconhecido internacionalmente, e que participou e carregou a ABC até agora. Um homem que pensava o cinema, tinha visão estratégica, e assegurou a presença do cinema nacional no mercado interno. Com ele na Embrafilme, os filmes conseguiram o maior market share até então, 33%”, Peregrino lembra, citando longas como “Dona Flor e seus dois maridos” (1976), “Xica da Silva” (1976) e “A dama do lotação” (1978).

Farias também foi produtor e distribuidor. Nasceu a 27 de março de 1932, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, e entrou no mundo do cinema no início dos anos 1950, como assistente de direção de Watson Macedo, na Atlântida. O primeiro filme foi “Rico ri à toa” (1957), seguido de “No mundo da lua” (1958), “Cidade ameaçada” (1959), “Um candango na Belacap” (1960).

O reconhecimento viria com “O assalto ao trem pagador” – considerado um dos filmes mais importantes da filmografia nacional. Farias dirigiu ainda os sucessos “Roberto Carlos e o diamante cor de rosa” (1968) e “Roberto Carlos a 300 quilômetros por hora” (1971), e trabalhou na TV. O último filme foi em 1987: “Os Trapalhões e o auto da Compadecida”.

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