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Fábio Torres – Acender a vela do outro sem apagar a minha

No mundo dos negócios impera o canibalismo, o vale tudo, o interesse próprio. Certo? Pode até ter sido assim durante muito tempo. Mas essa não precisa mais ser a linguagem dos relacionamentos comerciais. E nem deve, já que com uma mudança de pensamento, comportamento e ação, consegue-se muito mais prosperidade para todos os envolvidos.
 
As organizações, cada vez mais, estão acordando para essa nova realidade. A cultura colaborativa tem ganhado espaço entre empresários do mundo todo, e não é diferente em Guarulhos.
 
Por muito tempo o termo networking foi confundido como uma ferramenta para geração de novos negócios baseada no interesse próprio. Profissionais liberais, empreendedores e empresários usavam o networking pensando exclusivamente em seus próprios empreendimentos. E qual era o resultado? Conversas improdutivas, gastos com eventos, interações sem resultados e uma porção de cartões acumulados na gaveta, sem qualquer retorno efetivo.
 
O networking que funciona é aquele no qual os profissionais trabalham suas redes de contatos para ajudar o próximo. Seja com uma informação importante que evita um gasto desnecessário do interlocutor; um conhecimento que faz o outro empresário investir no momento correto; ou uma recomendação de um serviço ou produto que vai ajudar outra pessoa.
 
Um conceito funcional pode traduzir o networking como “marketing de referências”, tendo a colaboração, acima de tudo, como base dos relacionamentos. Pegando emprestado uma frase do terceiro presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson, “aquele que recebe de mim uma ideia [ou uma informação, ou um conhecimento, ou uma indicação] tem aumentada sua instrução sem que eu tenha diminuído a minha. Como aquele que acende sua vela na minha recebe luz sem apagar a minha vela”.
 
Tudo muito bonito, mas do que o empresário precisa mesmo é resultado, certo? É aí que está o pulo do gato. A cultura de colaboração é a base de tudo e deve ser. Mas se não houver entendimento e prática de um método, grupos se reúnem, alguns ajudam, mas não recebem essa ajuda de volta.
 
A cultura colaborativa é muito promissora, ainda mais quando alicerçada por um método que tem como finalidade monitorar se as oportunidades de negócios estão efetivamente acontecendo, aumento assim, o fluxo de novos clientes e oportunidades de negócios para todos os participantes.
 
A fórmula é simples: cultura + método = resultado. O método é o trilho que sustenta a cultura de forma perene. E esse processo organizado ajuda a construir o senso da credibilidade e confiança. É o que torna cultura tangível.
 
Cultura com método faz as pessoas se desenvolverem como pessoas e profissionais. E faz aumentar o fluxo de novos clientes e novas oportunidades de negócio.
 
Fábio Torres é diretor executivo da Regional Guarulhos do BNI
 

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