Com duração de uma hora e meia, o nova incursão cinematográfica dos irlandeses – a primeira experiência do quarteto com o cinema foi em Rattle and Hum, de 1988 – transporta o telespectador para dentro de um show da turnê Vertigo (que passou por São Paulo nos dias 20 e 21 de fevereiro de 2006) com extrema competência.
A protagonista do longa, no entanto, não é a banda, mas sim a música do U2 e os diversos sons e tendências pelos quais o grupo passeou nestes 30 anos de carreira.
Assim como nos projetos anteriores, em que toda a parafernália e inovação das turnês não tirou o brilho de Bono e seus asseclas, o longa U2 3D, mesmo representando grande inovação para a indústria do gênero, não balança a reputação do grupo irlandês. Ao contrário: tem muito sucesso na tarefa de provocar na platéia uma sensação de “estar no palco junto com a banda”. Dessa forma, hinos como New Years Day, Pride, Where The Streets Have No Name, e hits mais recentes como Vertigo e Beautiful Day fazem valer o preço do bilhete da sessão – salgadíssimo
Um dos pontos altos do filme é Sunday, Bloody, Sunday,
A qualidade impressionante do áudio é a cereja do bolo. Confesso que notei alguns detalhes em certas músicas que nunca havia percebido em gravações ao vivo, como as palhetadas abafadas do baixista Adam Clayton no início de Sunday, Bloody, Sunday. E é assim por todos os noventa minutos de repertório. Cada nota tocada chega ao receptor com perfeição, todos os instrumentos são escutados em sua totalidade.
O U2 foi, mais uma vez, pioneiro ao proporcionar uma nova experiência para os fãs de música e, de quebra, abriu uma porta para a indústria audiovisual, que parece totalmente ultrapassada e sem saída. Resta saber quem irá aderir à evolução.