Economia

Coutinho: taxa de juros e câmbio vão melhorar

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, assegurou nesta quarta-feira, 13, que, apesar do período “transitório” pelo qual a economia brasileira passa em razão das eleições, com queda na confiança dos empresários, os planos de investimento em médio prazo por parte das empresas que procuram a instituição estão mantidos. Segundo ele, pesquisa interna da entidade revela que, no último quadriênio, a taxa implícita de investimento cresceu aproximadamente 6%. Para ele, isso mostra que a economia pode crescer ainda mais. Para isso, reconheceu, porém, que algumas mudanças e reformas são necessárias.

Durante fala a empresários no 25º Congresso Nacional do Aço, em São Paulo, Coutinho afirmou que as perspectivas dos mercados para a frente “são de ventos mais favoráveis do que desfavoráveis” em relação à questão cambial no Brasil. De acordo com ele, a apreciação do câmbio vivida atualmente é consequência do período de forte ingresso de capitais no País, o que tornou “necessária” a atuação do Banco Central (BC) de elevar os juros. “Se olharmos para frente, tenho fundada expectativa de que o mix macroeconômico brasileiro vai melhorar, principalmente em relação a juros e câmbio”, afirmou, ponderando que “isso depende do enfrentamento dessa agenda levantada” pela sociedade.

Entre as mudanças e reformas necessárias para que os investimentos voltem a aumentar, Coutinho defendeu como principal medida aumentar a taxa de poupança interna no País, que considera muito baixa. Ele avaliou que é preciso melhorar também a poupança externa. “Verificamos recentemente a deterioração da balança comercial, especialmente dos manufaturados. Isso significa poupança negativa e impacto negativo no PIB”, afirmou.

Segundo ele, o esforço de mudança também não pode deixar de transitar na política pró-exportação, “o que traz a baile a política de competitividade”. Ele destacou, contudo, que apesar de todo o diferencial negativo de competitividade do Brasil, a indústria de máquinas tem conseguido compensar a redução da demanda doméstica, por meio do aumento das exportações.

O presidente do BNDES defendeu ainda a “simplificação” e “desburocratização” do sistema tributário brasileiro. Na avaliação dele, é preciso eliminar “assimetrias e irracionalidades que tornaram o sistema adversário de processos de agregação de valor”. Em sua fala, Coutinho afirmou ainda que é preciso melhorar a qualificação dos projetos apresentados. “Temos condições de retomar investimentos e crescer nos próximos anos”, afirmou Luciano Coutinho.

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