Economia

Rússia, Escócia e Fed impõem cautela às bolsas europeias

Os índices acionários da Europa fecharam perto da estabilidade nesta sexta-feira, 12, em meio a um sentimento de cautela gerado pelas tensões geopolíticas no Leste Europeu. Os investidores também evitaram construir grandes posições antes da reunião de política monetária do Federal Reserve e do referendo sobre a independência da Escócia, na próxima semana. O índice pan-europeu Stoxx Europe 600 encerrou estável, a 344,27 pontos, e acumulou perda de 0,95% na semana.

A União Europeia e os Estados Unidos anunciaram novas sanções contra a Rússia, por causa do suposto apoio de Moscou a rebeldes separatistas no leste da Ucrânia. Entre os alvos, as autoridades norte-americanas decidiram restringir os negócios do maior banco russo, Sberbank, e de cinco grandes companhias ligadas à exploração ou produção de petróleo (Gazprom, Gazprom Neft, Lukoil, Surgutneftegas e Rosneft).

Os europeus, por sua vez, anunciaram que o congelamento de ativos e a proibição de viagem foram estendidos para mais 24 autoridades, dentre as quais estão o presidente do Parlamento e líderes dos separatistas no leste ucraniano. A medida também atinge o empresário Sergei Chemezov, que segundo a UE é um dos “colaboradores próximos” do presidente Vladimir Putin.

Outro foco de preocupações dos investidores gira em torno de uma possível independência da Escócia frente ao Reino Unido. No próximo dia 18, os escoceses devem votar entre “sim” à secessão e “não”. A questão tem atraído a atenção dos agentes do mercado, pois pesquisas de opinião recentes mostraram uma disputa cada vez mais acirrada.

Na próxima semana, também ocorrerá a reunião de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, que contará com uma entrevista à imprensa da presidente da instituição, Janet Yellen. O evento será acompanhado de perto diante da busca de sinais sobre as perspectivas dos dirigentes em relação à recuperação econômica do país e, principalmente, o caminho futuro das taxas de juros.

Sob este cenário, o índice DAX, da bolsa de Frankfurt, cedeu 0,41% na sessão, a 9.651,13 pontos, com baixa semanal de 0,98%. O índice FTSEMib, de Milão, perdeu 0,10%, a 21.071,12 pontos, o que levou a uma queda acumulada na semana de 0,98%. Em Lisboa, o PSI20 terminou aos 5.896,45 pontos, uma baixa de 0,43% nesta sexta-feira e de 2,62% na semana.

Um dos pontos de alívio da sessão desta sexta-feira veio com o crescimento da produção industrial da zona do euro, que avançou 1,0% em julho na comparação com junho. O dado veio acima da previsão dos economistas consultados pela Dow Jones Newswire que previam alta de 0,6%. Segundo o escritório de estatísticas da União Europeia, a produção foi ajudada pelo setor de manufatura e bens de capital, o que pode sugerir aumento do investimento.

O índice PCAC, de Paris, ganhou 0,02%, aos 4.441,70 pontos, com baixa na semana de 1,00%. Em Londres, o FTSE avançou 0,11% no dia e caiu 0,70% na semana, a 6.806,96 pontos. O IBEX35, de Madri, encerrou a 10.888,90 pontos, o que corresponde a um ganho de 0,02% na sessão, mas baixa de 2,33% na semana.

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