Um país só consegue se desenvolver a partir da produção. No entanto, o Brasil segue na contramão da lógica já que o governo federal, por pura incompetência, deixa de lado os investimentos necessários no setor produtivo sem se preocupar com o futuro. Desta forma, chegamos ao final de 2013 com um crescimento pífio, com o fantasma da inflação batendo à nossa porta, perdendo investimentos estrangeiros e virando motivo de piada entre as nações mais desenvolvidas.
A revista britânica “The Economist, uma das principais publicações de economia do mundo, dedicou boa parte de sua última edição, para mostrar os problemas brasileiros na área econômica, deixando claro que os rumos do país estão comprometidos devido à pífia gestão da presidente Dilma Rousseff (PT). Em destaque, o fato do governo ter afastado os investidores, ao não promover as reformas necessárias, manter uma carga tributária pesada e não trabalhar para resolver os graves problemas de infraestrutura. Tanto é assim que, nas mais diferentes áreas, produzir se tornou um ônus.
A Folha de S.Paulo trouxe, semana passada, números estarrecedores. Só em custos com burocracia, para pagar tributos – que chegam a R$ 379,5 bilhões no ano – a indústria nacional gastou R$ 24,6 bilhões. O valor é o dobro do que as empresas investiram em inovação ao longo de todo o ano de 2012 e equivale a 10% da folha de pagamento. Ou seja, a indústria trabalha só para quitar os débitos com o governo e para pagar os trabalhadores. Não há espaços para investimentos.
Desta forma, em vez de investir em tecnologia para tornar a produção mais eficiente e entregar ao consumidor um produto melhor e mais barato, o empresário paga ao governo para se manter vivo. Um dos grandes gargalos para o setor produtivo é justamente o emaranhado de tributos, que incluem pagamentos fiscais, encargos sobre a folha de pagamento e contabilidade. E quem pensa que o Brasil trabalha para se livrar desta burocracia está profundamente enganado. O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação revela que 30 novas normas tributárias são editadas por dia no Brasil.
Por tudo isso, não é de se estranhar que os investidores estrangeiros pensam duas vezes antes de colocar um centavo no Brasil. Ninguém se sente atraído por um país que, além de cobrar muito, complica as formas de pagamento. Mais uma vez o elevado número de tributos só colabora para que o setor produtivo ande para trás. Aliás, ir na contramão da lógica virou marca das gestões do PT, tanto no governo federal como nas prefeituras que administra.
Se a intenção do PT é acabar com o setor produtivo, eles podem comemorar porque estão conseguindo. Ao eleger os empresários, os empreendedores, as pessoas de bem como seus principais inimigos, como tanto alardeia as hostes petistas, o partido – que só entende de inchar a máquina pública com a companheirada que nada sabe sobre trabalho e produção – coloca o Brasil em desgraça.
Para mudar essa situação, os especialistas são claros. É necessário um projeto de governo, algo que passa longe do que o partido, que se apropriou do poder, imagina para o Brasil. Assim, produzir e ajudar o país se desenvolver se tornou uma arte. E os artistas – o empresariado que rema contra a maré – podem entrar em extinção.
*Carlos Roberto é deputado federal, presidente da subcomissão de monitoramento das políticas de financiamento dos bancos públicos de fomento, com destaque ao BNDES, e industrial.