Economia

Após eleição, juro longo desacelera alta e curto cai

Após uma forte reação negativa à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) no segundo turno da eleição, na parte da manhã desta segunda-feira, 27, os ativos domésticos esboçaram melhora à tarde, com o dólar reduzindo a alta e, no caso dos juros futuros, as taxas de curto e médio prazos fechando em baixa e as longas diminuindo o avanço, longe das máximas.

No término da sessão regular da BMF&Bovespa, o DI janeiro de 2015 (206.005 contratos) apontava 10,94%, de 10,98% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2016, com 204.230 contratos, tinha taxa de 11,83%, ante 11,92%. O DI para janeiro de 2017 indicava 12,07%, ante 12,16%, com 249.600 contratos. O contrato com vencimento em janeiro de 2021 estava em 12,14%, de 11,87% no ajuste anterior, com 224.470 contratos.

As principais taxas começaram a sessão em alta, principalmente nos vencimentos longos, corrigindo posições que embutiam a vitória de Aécio Neves (PSDB), uma vez que as urnas confirmaram a disputa apertada entre os candidatos sinalizadas pelas pesquisas eleitorais. No final da manhã, o movimento perdeu força, com os juros de curtos e médios prazos já em baixa. À tarde, passaram a bater as mínimas.

Segundo operadores, após digerir o resultado da eleição, as taxas passaram por um ajuste, dada a expressiva recomposição de prêmios nos contratos. O movimento teve ainda como pano de fundo a expectativa dos agentes pelo anúncio dos nomes da equipe econômica do segundo mandato de Dilma, principalmente quem comandará o Ministério da Fazenda. Os investidores trabalham com a possibilidade de um nome “mais ortodoxo”, que possa corrigir a rota da economia, melhorando os fundamentos, principalmente a área fiscal. No final do dia, os ajustes acabaram por apagar a inclinação negativa mostrada pela curva nos últimos meses.

O anúncio da equipe, porém, não deve sair no curtíssimo prazo. A presidente deve descansar na Bahia por quatro ou cinco dias, com sua família. Somente na volta Dilma deve dar início às negociações partidárias para acertar a reforma ministerial.

Nesta tarde, o presidente nacional do PT e um dos coordenadores da campanha de Dilma, Rui Falcão, disse que é essencial que a linha da política econômica seja mantida e vê como “natural” que o partido seja ouvido sobre as indicações para a Fazenda.

Adicionalmente, os profissionais das mesas de renda fixa citaram a expectativa com relação ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) que se reúne amanhã e quarta-feira para decidir sobre a Selic. A projeção do mercado é de manutenção da taxa em 11,00%, mas não descarta que os diretores aproveitem para passar, no comunicado, uma mensagem mais conservadora em relação à postura do Banco Central.

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