O baixo crescimento do crédito forçou os bancos a revisar para baixo suas projeções para a expansão das carteiras em 2014 e a compensarem o resultado do terceiro trimestre com margens e receitas de serviços. À exceção do Bradesco, a inadimplência seguiu em queda, graças à estratégia de priorizar segmentos de menor risco, como crédito imobiliário e consignado. Juntos, Itaú, Bradesco e Santander tiveram lucro contábil de R$ 9,816 bilhões de julho a setembro, alta de 29,9% sobre o mesmo período de 2013.
Quanto ao crédito, os bancos tiveram de reduzir suas expectativas para adequá-las ao crescimento da economia brasileira. Os empréstimos do Itaú somaram R$ 536,287 bilhões, aumento de 3,4% em relação ao trimestre anterior e de 11,5% em relação ao mesmo período de 2013.
No trimestre, o Santander liderou a aceleração de empréstimos. A carteira cresceu 4,8%, para R$ 293 bilhões. Em um ano, a alta foi de 7,5%. Já o Bradesco somou R$ 444 bilhões, avanço de 7,7% em relação ao mesmo período de 2013.
A expectativa do Bradesco para este ano é entregar alta de 8% a 9%, centro da nova faixa divulgada que vai de 7% a 11%. A projeção anterior ia de 10% a 14%. O Itaú também revisou para baixo suas expectativas e projeta alta de 8% em 2014.
Do lado dos calotes, as notícias reforçam um ciclo de crédito positivo. A inadimplência seguiu melhorando no Itaú – queda de 0,2 ponto porcentual, para 3,2%, na comparação entre junho e setembro.
A tendência, segundo o diretor de controladoria e relações com investidores do banco, Marcelo Kopel, é da continuidade da retração. “Estamos confiantes na qualidade da nossa carteira de crédito. O quarto trimestre é influenciado pela sazonalidade, principalmente, do cartão de crédito de transações”, disse ele na terça-feira, 4, durante teleconferência com jornalistas.
O Santander conseguiu reverter a alta no trimestre passado, reduzindo os calotes em 0,4 ponto porcentual, para 3,7%. O Bradesco registrou uma alta de 0,1 ponto, para 3,6%.
Juros maiores
O crescimento das margens, impulsionadas por juros maiores, e das receitas, que compensam o menor resultado com crédito, foram os destaques de desempenho no terceiro trimestre.
O Itaú apresentou margem financeira com clientes de R$ 13,287 bilhões no terceiro trimestre, alta de 15,6% em um ano. A margem com o mercado, que decorre, basicamente, das operações com tesouraria, teve expansão de 218,6%, na mesma base de comparação.
Apesar de baixar a meta para empréstimos, o Bradesco elevou a projeção para a margem financeira de juros. O banco espera que a mesma cresça até o teto de 12%, e não até 10%, como divulgou anteriormente. Colaborou Fernanda Guimarães. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.