A nova bandeira de cartões de Itaú Unibanco e Mastercard deve entrar em operação no início do ano que vem. A marca, que teve sua estreia adiada pelo tempo que Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) levou para aprovar a joint venture entre as duas empresas, vai bater de frente com Elo, de Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que soma mais de 95 milhões de cartões.
A expectativa, segundo Marcos Magalhães, diretor de cartões do Itaú, é que a bandeira esteja em operação no primeiro trimestre de 2017 ou, na pior das hipóteses, no início do segundo. Neste momento, os sócios estão definindo o nome, conta ele em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A marca, que será estampada nos cartões de débito e crédito, não pode, por determinação do Cade, remeter ao Itaú ou à Mastercard para evitar, na visão do órgão, migração da base de clientes.
A aliança operacional com a Mastercard deveria ter sido iniciada em 2015, mas ficou à mercê do Cade, que considerou o negócio “complexo” em novembro passado. A expectativa dos sócios havia sido renovada para este ano, mas, em janeiro de 2016, o órgão recomendou a impugnação do ato de concentração entre o banco e a bandeira. O caso, então, foi encaminhado ao tribunal do Cade, que aprovou o novo arranjo há pouco mais de dois meses.
O negócio entre a maior instituição financeira privada do País e a Mastercard foi considerado, por muitos, como uma resposta à ofensiva de seus concorrentes por meio da marca Elo. Mas o executivo do Itaú diz que a bandeira de Bradesco, BB e Caixa trouxe efeitos mais significativos ao mercado de adquirência, e não necessariamente para os emissores de cartões.
A Cielo, controlada por Bradesco e BB, conseguiu manter sua fatia de cerca de 53% intacta desde a abertura do mercado, em 2010, na medida em que era a única que capturava as transações da Elo. Em contrapartida, a Rede, do Itaú, perdeu nove pontos porcentuais desde então, sob a justificativa de que está focada em rentabilidade. Além disso, a Rede ainda teve de ser integrada ao Itaú após o banco fechar o capital da ex-Redecard. Ao mesmo tempo, a GetNet, do Santander, ganhou mercado. Hoje, as maiores do setor já capturam Elo, mas a bandeira ainda segue inacessível para novos entrantes, segundo fontes.
Hipercard
Apesar do lançamento da nova bandeira, a Hipercard, segundo o diretor de cartões do Itaú, será mantida. Com 5 milhões de cartões ativos, tem fatia de mercado próxima dos 4%. “A Hipercard tem 40 anos e é muito forte no Norte e Sul do País. As bandeiras vão operar de forma simultânea”, diz Magalhães. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.